terça-feira, junho 7

Minhas "estórias" de Loulé (4).

Esta "estória" hoje pode ser vista como cómica! Mas na altura deu-me algumas "dores de barriga"! Na década de 60 por "divergências" entre a Câmara de Loulé e a Sta. Casa da Miserdicória, houve um ano que não se realizou o Carnaval de Loulé! Tenho esperança que aqui possa aparecer alguém a esclarecer essas divergências! O que é certo é que não houve mesmo Carnaval!
A malta ficou "lixada"! Então como dávamos as esfregas às miúdas? E não haver os Bailes do Celeiro? Foi um duro castigo para a malta de Loulé!
Assim, eu e o Pepe, e também o Fernando Torres, (irmão do Albano Torres e que se radicou em Tavira como bancário), e julgo que mais alguém mas que não me recordo, resolvemos fazer um carro alegórico, alusivo à não realização do Carnaval de Loulé, para irmos desfilar ao Carnaval de Messines! Assim arranjámos uma carrinha de caixa aberta que não me recordo se era do Pai do Pepe ou do Pai do Fernando, o Sr. Torres! Apenas um pequeno comentário à margem desta "estória"! O Sr. Torres, este sim, foi um louletano verdadeiro lutador anti-fascista tendo sofrido na pele pelas posições que assumia e pela oposição que conseguia ir fazendo ao regime! Homenageia-se tanta gente.....
Continuando, fizemos o nosso carro alegórico que não era mais que um "saloon" texano, (íamos "trajados" de cowboys), e montámos uma forca! Enforcado estava um boneco com um grande cartaz "Enforcaram o Carnaval de Loulé"!
Pois, só fomos a Messines no primeiro dia, pois no dia seguinte tinha chegado o ultimato! Se a carrinha saísse eramos todos presos!!! Os tais "senhores" da PIDE não gostaram da brincadeira ou alguém de Loulé implicado na "guerra" entre Câmara e Stª Casa deve ter dado "ordens"!
E assim o nosso Carnaval ficou-se por ali! Nem em Loulé, nem em Messines!!
Foi um "carnaval" dentro de outro Carnaval!

3 Comments:

Blogger BlueShell said...

Porra! E voc~es não sabiam io risco que corriam? admiro a vossa coragem....

Um montão de beijos, BShell

9:25 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Caro Pedro e outros que têm histórias (bem verdadeiras) como esta por favor partilhem-nas, porque ainda há quem pense que isso da PIDE e ditadura é tudo inventado. Felizmente não passei por isso, nasci em Maio de 1973, mas tive uns pais que na minha educação me deram uns livros para ler e eu próprio que quis saber mais com que contavam na escola e principalmente ouvi o que os mais velhos tinham para contar e consigo ter uma ideia bem diferente da maior parte da minha geração. Nunca é demais falar sobre o que na realidade se passou e não tentar mascarar a "evolução" como outros. Abraço

11:06 da tarde
Blogger Português desiludido said...

Eh,Pá! Estou banzado! todos os pormenores se tinham varrido de mim! Consigo agora relembrar bem melhor! Obrigado!
Tenho pena de não poder ir mais vezes Às Portas do Céu. O Aristides, que foi meu colega, sempre que me encontra convoca-me! Mas não tem dado! Ainda fui lá algumas almoçaradas, onde aparecia o Pinto Lólófa, o Paulino, o Albano,...e ainda lá apanhei o Major (Costa): As "estórias" que lá se contam deviam vir para aqui!!!

11:06 da manhã

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