terça-feira, fevereiro 28

HISTÓRIA DO CARNAVAL

ORIGEM DO CARNAVAL
Dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis. Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Mas num ponto todos concordavam, as grandes festas como o carnaval estão associadas a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais. O carnaval se caracteriza por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras e manifestações folclóricas. Na Europa, os mais famosos carnavais foram ou são: os de Paris, Veneza, Munique e Roma, seguidos de Nápoles, Florença e Nice.
Claudia M. de Assis Rocha Lima
Pesquisadora

1 Comments:

Blogger antonio boronha said...

uma achega esclarecedora do Vasco Pulido Valente :

UM DIREITO PORTUGUÊS
A etimologia da palavra Carnaval é o latim "carne, vale" ou "adeus, carne". Por outras palavras, no Carnaval servia originalmente para os cristãos se despedirem da carne, antes da Quaresma. Carne, no sentido lato: da bebida, da comida e do sexo. Não conheço bem a evolução da festa, mas suponho que as pessoas se mascaravam para, pelo menos simbolicamente, não envolver a sua face normal e virtuosa em excessos de que se envergonhavam. A pouco e pouco, primeiro por influência dos Jesuítas (principalmente no sul de Itália) e depois por causa do geral enfraquecimento do "ethos" cristão, o Carnaval desapareceu ou, perdido o seu sentido original, acabou por se transformar em três dias de grosseria autorizada, supostamente humorística, que só servia para incomodar o público.

As descrições do Carnaval de Lisboa até ao Salazarismo metem dó. Nas ruas, bandos com fama de "elegância" e "estroina" atacavam transeuntes com "bombas de cheiro" e ovos podres. Das janelas, meninas sirigaitas despejavam penicos de urina. Miúdos penduravam rabos de papel e a gente crescida, em privado, expelia graciosamente gazes. Felizmente, a polícia da Ditadura suprimiu estas manifestações. Quando cheguei à adolescência, por volta de 1950, o Carnaval mudara. Havia "estalinhos", serpentinas, bisnagas de água com que se borrifava o próximo (sempre em risco de um estalo) e praticamente mais nada. Os mais velhos (entre os 15 e os 18, 19 anos) também "assaltavam" a casa de gente conhecida, para dançar e conversar, sempre, como é óbvio, a convite do "assaltado".

Com o tempo, do Carnaval só ficaram três dias de férias, que a tolerância portuguesa alargou a quatro e até a cinco (contando com 6ªfeira à tarde e a quarta-feira de cinzas). Na Madeira, no Algarve e numa dúzia de sítios na província ainda se tenta ressuscitar a tradição (invariavelmente imitando o Rio), com o propósito prático e honesto de atrair turismo e ganhar uns cêntimos. Duvido que os "foliões", como dantes se dizia, se divirtam. De qualquer maneira, não prescindem do seu sagrado direito a não trabalhar. Já ninguém macera a "carne" na Quaresma ou em qualquer outra ocasião. Já quase ninguém sabe o que a Quaresma é. Desgraçadamente, a derrota de Cavaco, quando tentou reduzir o Carnaval à terça-feira (um gesto patriótico), estabeleceu um direito em que tão cedo o Estado não se atreverá a tocar. Este fim-de-semana o país parou e muitos milhares de portugueses, que a crise alegadamente esmaga, foram passear. A crédito, claro.
vpv
(publicado no jornal Público)

3:53 da tarde

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