sábado, maio 20

Breve História de Macau

Em 1550, sob o pretexto de secar a sua carga, os portugueses construíram edifícios de apoio em Macau. A colónia permanente foi fundada como recompensa do imperador Chi-Tsung em 1557 aos portugueses por estes terem conseguido derrotar piratas chineses que actuavam nesta região, e tinha um valor imenso, especialmente quando as autoridades da China proibiram o comércio directo com o Japão por mais de cem anos, ao mesmo tempo os portugueses ganharam o monopólio nesse comércio. Macau fez parte do Estado Português da Índia até 1844, quando se tornou uma colónia directamente dependente de Lisboa.
Naturalmente, Macau era um porto importante no comércio entre a Europa, a China e o Japão, também. Portugal pagava aluguer de Macau à China entre 1573 e 1845. A importância do porto de Macau foi reduzida na Primeira Guerra de Ópio em 1841 quando Hong Kong se tornou no porto ocidental mais importante na China. A ilha de Taipa foi ocupada pelos portugueses em 1851, mas o governo da China só reconheceu a ocupação de Macau em 1887. A pataca, a moeda local de Macau, foi lançada pelo Banco Nacional Ultramarino em 1905. A sua cotação equivale à cotação do dólar de Hong Kong. A população de Macau aumentou muito durante a Segunda Guerra Mundial devido à afluência de pessoas que fugiram à ocupação japonesa do sudeste asiático. A principal proveniência dos refugiados era das cidades vizinhas, Guangzhou (Cantão) e Hong Kong. O Japão respeitou a neutralidade de Portugal, cujas posições geográficas estratégicas dos Açores e do continente enquanto extremo ocidental da Europa e respectivo acesso ao continente americano terão motivado esta decisão do Eixo. Ainda assim, o porto de hidroaviões existente na altura foi bombardeado, tendo sido alegado erro acidental. Para além disto, as principais consequências da segunda guerra mundial em Macau foram apenas as ligadas à sobrepopulação e à falta de bens de importação, dos quais os alimentos eram os mais prementes.
Depois da Revolução dos Cravos em 1974, Portugal declarou a independência imediata de todos os seus territórios ultramarinos. A China rejeitou esta transferência imediata, tendo apelado para o estabelecimento de negociações que permitissem uma transferência harmoniosa. A diferença entre o sistema capitalista de Macau e o comunista da China continental poderão estar na base desta decisão. Com o decorrer das negociações, o estatuto de Macau redefeniu-se para “território chinês sob administração portuguesa” e a transferência foi agendada para a data de 20 de Dezembro de 1999, através do documento "declaração conjunta", onde se estabeleciam uma série de compromissos entre os dois países para Macau.