domingo, julho 2

CONTRA OS BRETÕES MARCHAR, MARCHAR!

Uma história de traições:- Contra os bretões marchar, marchar

Desde o princípio, os nossos adversários de ontem à tarde nunca deixaram de nos espetar facas nas costas. Razão teve o escritor francês Marquês de Ximenes que, em 1793, pôs à Inglaterra a alcunha de ‘pérfida Albion’.
'VEDE O JOGO DELES' Mal chegaram a Lisboa, em 1373, para ajudarem D. Fernando contra os castelhanos, os ‘aliados’ ingleses mostraram o que na verdade pretendiam, como conta o cronista Fernão Lopes: “Esta gente dos ingleses [...], quando se instalaram em Lisboa, [...] começaram a espalhar-se pela cidade, matando e roubando e forçando mulheres. [...] Vede se era bom o jogo deles.”Em 1587, como se não bastasse aos portugueses terem perdido a independência (1580-1640), sofreram as diabruras do corsário Drake, que atacou Lagos e profanou o Mosteiro do Cabo de S. Vicente.
Depois de nos ajudarem a expulsar os invasores franceses (1808-1810), os aliados ingleses estabeleceram-se em Portugal como em terra conquistada. O povo gemia sob o jugo do governo dominado pelo general britânico Beresford, que tinha a patente de marechal do Exército português. Gomes Freire conspirou para o derrubar, mas acabou na forca, em 1817.
O manda-chuva inglês foi corrido pela Revolução de 1820. ÀS ARMAS!
Em 1889, o governo de Barros Gomes desenhou o Mapa Cor-de-Rosa, reivindicando para Portugal os territórios africanos entre Angola e Moçambique. O projecto colidia com as pretensões imperiais de Inglaterra, que nos enviou um ultimato, em 1890, ameaçando com a guerra se Portugal não retirasse dos territórios em causa. Não houve outro remédio senão ceder. A humilhação desencadeou uma onda antibritânica.
Nesse ano, o poeta Henrique Lopes de Mendonça escreveu a letra de ‘A Portuguesa’ que, antes de se transformar em hino nacional, com a República, tinha um refrão a apontar o caminho para o jogo de ontem à tarde: “Contra os bretões, marchar, marchar!”

'A PORTUGUESA' Versão original de Henrique Lopes de Mendonça, 1890

“Heróis do mar, nobre povo,Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novoO esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória, Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós, Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas! Pela Pátria lutar
Contra os bretões marchar, marchar!
Desfralda a invicta Bandeira, À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
(in Correio da Manhã)

3 Comments:

Blogger Mikas said...

E soube tão bem a vitória...

3:32 da tarde
Blogger DE-PROPOSITO said...

Olá. Os meus pensamentos são coincidentes com os teus sobre a arrogante Inglaterra.
Um abraço.
Manuel

3:46 da tarde
Blogger Pete said...

Os ingleses devem estar que não podem ouvir falar de Portugal mas faz-lhes bem que é para eles aprenderem.

Um Abraço e boa semana,

Pedro Gonçalves.

9:51 da tarde

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