quinta-feira, janeiro 24

CONHECI UM HOMEM....

Conheci um Homem, que órfão de Pai aos 17 anos e com Mãe doméstica, lutou àrduamente para ser aquilo que queria ser :- médico!

Conheci um Homem que abdicou de uma promissora carreira de docente para fazer o que sabia e gostava na terra que o viu nascer!

Conheci um Homem que fez da sua profissão um sacerdócio!

Conheci um Homem que todos os dias, logo de manhã, estava à cabeceira dos doentes que operara!

Conheci um Homem que foi sempre contra o mercantilismo da medicina!

Conheci um Homem que esteve dois anos em serviço permanente no velho Hospital de Faro pois era o único cirurgião na zona!

Conheci um Homem que com alegria transmitia aos jovens colegas que com ele estagiavam, tudo o que sabia!

Conheci um Homem que quando chegou a altura da reforma continuou a trabalhar por se sentir ainda útil à sociedade!

Conheci um Homem que fez milhares de intervenções cirúrgicas nos Hospitais de Loulé, Olhão, S.Brás e Tavira, onde hoje não se faz um penso!

Conheci um Homem que tudo e todos sacrificáva, em defesa dos seus doentes!

Conheci um Homem que muitas vezes sem as condições mínimas, lutava para salvar uma vida!

Se hoje houvesse muitos Homens como este que conheci, no sistema de saúde do nosso país, certamente que não teríamos chegado a este caos!

Conheci um Homem, que foi meu Pai.....

posted by Português desiludido @ 1/24/2008 

15 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pedro
Conheci bem esse Grande Homem, de seu nome Dr. Manuel Cabeçadas!
Meio Algarveficou a dever-lhe muito! Como é que a Cãmara de Faro põe o nome do Láboia nums rua de Faro e se esquece desse Grande Homem!A sociedade é assim..

7:59 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Concordo, grande homem e médico que foi. Talvez uma Avenida ou uma Praça/Praceta em vez de uma simples rua.

Abraço, Pedro

Joao Vasco Resende

8:08 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Como o Drª Cabeçadas existiram poucos e agora nenhuns.
Nunca se encostou, defendeu as suas posições clinicas e nunca se vendeu a nenhum poder.Por isso nenhum poder politico lhe deu a homenagem que lhe é devida.
A partir desta data os filhos não devem aceitar nemhuma rua nem avenida,porque irá contra os principios do DrºCabeçadas,a homenagem está na mente das pessoas que por ele foram tratadas.

9:02 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Conheci um Homem
Por portas e travessas..- conheci um Homem. Através e por conta de relações humanas, familiares.
Toda uma vida ouvi e por pouco, ou por muito, só conheci o Senhor teu Pai como cidadão.
Os médicos só agora, velho, precisarei deles.
Ainda espero que funcionem.
Esperemos.
É para mim a mais bonita capacidade humana. A medicina, o teu Pai,um João Semana...
Reitero e sei que foi um Homem.
Daquelas pessoas que, em detrimento nosso, não queríamos incomodar.

Merece a maior afectividae, histórica homenagem.
Merece um H muito grande. Com carinho.
Nesta bolinha azul, portuguesa, já não há..!!
Abrz.

12:30 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Caro Pedro,
espero que não leve a mal eu ter feito um link na Defesa deste seu belissimo post.
um abraço.

Nuno Graça

12:32 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Caro Pedro, tomei a liberdade de reproduzir o seu post num dos maiores foruns nacionais, o AutoHoje Online, espero que nos visite e que deixe lá a sua opinião!

Deixo aqui o link: http://forum.autohoje.com/showthread.php?t=47849

Cumps,

Ricardo Palma

4:25 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Há poucos dias numa taberna em Olhão surgiu em conversa este (conheci..).Estes médicoss que estavam nos hospitais, sem muitas das vezes poderem cumprir a sua missão de marido e pai.Eram sim pai e mãe de muitos pobres. quantas histórias de vida e quantas vidas podem contar esta histórias?'.Estes médcos ainda o há, só que os calam...?

9:17 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Quando referia uma Avenida, Praceta ou algo do género não era com qualquer conotação e nem se prende com o facto de nunca se ter vendido a nenhuma cor política, mas mais no sentido de as gerações mais jovens terem a possibilidade de saberem quem foi este grande homem, pode ser que aprenddam qualquer coisa. Eu tive o privilégio de o conhecer, pois morámos na mesma rua - Rua Humberto Delgado, e sei bem que nunca se negou a prestar assistência fosse a quem fosse, particularmente a familiares meus.
Tenho dito

João Vasco Resende

11:41 da manhã
Blogger Carla said...

O tempo tomou conta da minha vontade… corre veloz ao sabor do vento…
Contudo… mesmo num desejo rápido, estou aqui… nem que seja apenas para desejar um bom fim de semana.
E parto… de novo sem promessas, porque não sei quando me será permitido voltar, fica então a vontade de regressar, um dia destes quando o tempo permitir…
Que fique o meu beijo e que dure pelo momento de ausência no espaço de um até breve.
Nadir

11:19 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Não há dúvida que um homem íntegro e verdadeiramente médico em todos os sentidos não pode passar ao esquecimento. Enquanto muitos lutavam para se reformar antes, até dos 50, o Dr. Cabeçadas continuou a dedicar-se aos seus doentes no tempo que poderia ter gozado merecidamente a sua reforma. Por tudo isto vão ser muitos os que se lembrarão por muito tempo do médico amigo que hoje o Pedro, seu filho, aqui homenageou. Palma - Louletania

12:37 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Foi com grande emoção que li esta linda mensagem.
O Homem e o Médico, que foi o Dr. Cabeçadas, bem a merece.

Cumps.

AGabadinho

1:25 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Pedro.!
A Saudade será sempre eterna!
Saudosa e carinhosa, enche-nos a presença.
Dos que amámos e, amamos.
Sempre. Amamos mais do que poderemos, porventura, pensar.
Segunda:
Põe,se te aprouver, um post sobre a CMFaro.
Que se pasa por alla?
Há mudanças...escondidas.
Olha.., -e não é para ti, óbvio,-
Bom, gostoso domingo.
Abrz

12:06 da manhã
Anonymous Anónimo said...

È com grande satisfação que participo neste blog pela primeira vez com uma opinião, no passado só o li como referência. Lembro-me bem em criança do grande e estimado Doutor Cabeçadas, isto porque era ao lado do escritório do meu Pai, bem me lembro das filas de espera e do seu grande nome como médico.Quando passava o corredor pensava, estas pessoas vão ser tratadas para voltarem á sua vida normal.Este era o meu pensamento, como se por vezes fosse tão simples.Bem haja a quêm estuda medecina e faz disso a nossa segurança e nos dá alguma esperança de vida.

3:29 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Diz-se que ningu�m � insubstitu�vel, mas � vulgar ouvir-se dizer que ainda n�o apareceu no Hospital de Faro nenhum m�dico t�o dedicado aos doentes como o Dr. Cabe�adas, quer fosse s�bado, domingo, ou feriado, a qualquer hora do dia ou da noite, l� estava o Dr. Cabe�adas, sempre que fosse necess�rio, quer estivesse ou n�o de servi�o, e n�o ganhava extras por isso. Transmitia confian�a, pelo seu profissionalismo e compet�ncia, pelo grau de exig�ncia que sabia incutir no pessoal, quer de enfermagem quer auxiliar, que com ele trabalhava. Apesar de, na altura, ser um m�dico famoso tratava todos os doentes com a mesma humildade, quer fosse um oper�rio, um trabalhador rural, pessoa importante, ou um m�dico de condi�o igual � sua. Testemunhei esse humanismo quando tratou do meu pai, que era um simples trabalhador rural desconhecido para ele. Fiquei-lhe eternamente grata!
Como trabalhadora da Portugal Telecom, e em tempos dos CTT, sou testemunha da grande admira�o e carinho que ainda hoje lhe dedica todo o pessoal daquelas empresas, que teve a sorte de ter um m�dico t�o ilustre, mas que nos tratava como fam�lia.
Mesmo depois de aposentado, e enquanto as for�as lhe permitiram, sempre foi ao Hospital de Faro levar uma palavra de conforto, e com a sua presen�a transmitir confian�a e tranquilidade aos doentes ali internados. Por tudo isto, v�rias vezes me interroguei, e n�o consigo compreender qual a raz�o dos sucessivos presidentes da C�mara Municipal de Faro ainda n�o terem atribu�do o nome do Dr. Cabe�adas, ilustre m�dico e cidad�o, a uma rua ou pra�a desta cidade.
Maria Teresa

11:16 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Não o conheci pessoalmente, mas já ouvi falar bem dele! De facto...dentro do contexto da saúde...devia haver mais médicos como foi o seu pai! O actual modelo económico é selvático, e o objectivo de fundo está enevoado para muitos dos médicos da actualidade. Infelizmente as vidas hoje em dia não valem tanto como antigamente. A vida é cíclica, e a prova disso é que na história da humanidade existem registos de grandes retrocessos devido à essência gananciosa do Ser humano, como grande exemplo disso tivemos o Império Romano, que sucumbio perante a decadência e a corrupção, numa perfeita queda livre de valores, mergulhando as sociedades da altura num período de Trevas. Pelo andar da carruagem....acho que estamos a caminhar a mesma estrada que outrora, porém a um ritmo mais acelerado.
Sou de acordo que se pudesse lembrar o Dr. Cabeçadas numa das ruas ou artérias da nossa cidade. De facto seria bem merecido!
Cumprimentos,
João Moura

10:03 da tarde

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