quinta-feira, fevereiro 7

Algarvios sofrem...

Dados oficiais mostram que no Algarve, o ganho médio mensal é inferior à média nacional em cerca de 12,6 por cento.
Com efeito, em fins de Outubro de 2005 (já lá vão 14 meses) o ganho médio mensal nacional era de 907,24 euros enquanto que na região era de 793,37 euros.
Nesses dados confirma-se que, ao nível da região, só o concelho de Faro está, por uns escassos 11,74 euros, acima da média nacional. Todos os restantes concelhos estão abaixo, com destaque para Monchique, cuja média é 598,69 euros, ou seja, uma diferença para menos de 320 euros mensais.
No que respeita às diferenças salariais entre homens e entre mulheres, relativamente às respectivas médias nacionais, verifica-se que é maior a diferença nos homens (13,2 por cento) do que nas mulheres (9,9 por cento).
No plano regional, tanto nos homens como nas mulheres, verifica-se que é no concelho de Faro que reside o salário mais alto, enquanto o mais baixo se situa em Monchique, podendo dizer-se que o ganho médio dos homens no concelho de Faro supera em cerca de 44 por cento o ganho médio das mulheres no concelho de Monchique, traduzindo-se essa diferença em 445 euros, o que mostra bem as assimetrias sociais na região.
No sector secundário (indústrias extractivas, transformadoras, construção e energia) o ganho médio mensal na região é inferior à média nacional em cerca de 8,3 por cento, com os salários mais baixos em Alcoutim.
No sector terciário, a região está 16,5 por cento abaixo da média nacional.Os dados oficiais põem em evidência todo um outro vasto conjunto de elementos, dos quais se destacam:
Primeiro, quanto mais pequena é a dimensão da empresa mais baixos são os salários. Só a partir das empresas com mais de 50 trabalhadores é superada a média salarial. Mas este é um dado que para a região pouco pesa, já que 88 por cento das empresas têm entre 1 a 9 trabalhadores.
O segundo, quanto menor for a antiguidade do trabalhador na empresa mais baixo é o salário. Assim, para os trabalhadores com menos de 1 ano de antiguidade o salário é inferior em 22 por cento relativamente à média nacional. Com 1 a 4 anos essa diferença é de 11 por cento. Mas como no Algarve 37 por cento das empresas têm menos de 5 anos de vida, percebe-se melhor as consequências dessa dinâmica, em muitos casos não inocente, sobre os trabalhadores.
É esta e não outra a realidade dos trabalhadores algarvios.
E é esta a realidade que importa transformar, como condição para um real desenvolvimento regional e nacional.
É a consciência desta situação que o poder dominante no País, e na região, tudo faz para que não se saiba, para que não alargue a consciência e a exigência de mudança de política, não vá o rio transbordar as margens que o comprimem...
Publicado no Jornal" Avante".

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E já agora seria interessante que se abordasse, nos mesmos moldes, o tema "QUANTO CUSTA VIVER NO ALGARVE".
FV

7:26 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Alo Pecaaas. Buenas!
As estatísticas disseram,isto é, a política disse, publicamente,há poucos dias,que os melhores níveis de vida do país eram, lisboa e algarve. Baseavam-se em faro. Expuseste muito bem a verdade.Óbviamente.Cidade de profundo-essencial- teor administrativo, centralista. Central dos poderes absolutos, serviços públicos pouco eficientes + universidade, que vale. Quantas unidades habitacionais(famílias) vivem dela?
E esta é uma verdade. Absoluta.
Com a verdade se mente.
Permite-me que acrescente o sector primário.:
Terão, esses institutos oficiais alguma estatística?
penso que não. Porque não "terão tempo" para analizar este sector.Agricultura e pescas. produção da comida, tão essencial!!
Porque o algarve local,nesse primário sector, passou de industrial a artesanal e tais gentes, por sede do poder supra, esquecem-se que o povo, a grande maioria, existe. Isto é, "esqueceram-se".
Estes temas merecem profunda reflexão.!!
Muito.
De resto, transcrevo o que ouvi ontem de um velho cidadão, porventura mais jovem do que eu, e de quem não tenho dúvidas políticas: "salazar, podes voltar, estás perdoado.!" Dito a modo de piada, triste.
Mais triste estarei, muito mais.
Mas será uma revolta social..
O poder que se cuide. A História não fica queda por aqui.
Vamos, simplesmente observar o que se vai passar.
Oxalá seja muito bom, em paz, para todos. Como está, duvido!!
O prof. Agostinho da Silva, velho e bom portuga, tal como Camões também fez vaticínios.
Aconteceram, pró Luís Vaz. Que seja então e para contrariar as bruxas.., também em paz, uma boa aproximação da Europa,finalmente!.
Que as longas barbas brancas percam a razão.
E que nós portugueses não tenhamos mais de apanhar com tantas ineficientes governações. Seria também o seu desejo. Porque o que se vive aqui, em Portugal, é uma palhaçada.
Copiam as leis da França, da Alemanha. Temos um parlamento cheio de advogados. Copiam. Criam alguma coisa? Resolvem alguma coisa?
Protejem-se cada vez mais? Contra quem??
Penso que não. Factos não faltam.Basta ver as imprensas..
à moda de Olhão, pergunto: Onde é que drumo?
Já agora, o presidente da camara de Alcoutim, sem verba para gerir um concelho do tamanho de Estoi, baixou o Irs. Uma coisa é estar, aparente. Outra coisa é fazer e Ser-se.!Ser-se.!!
Honra lhe seja feita.
Se fossem só 50% desse homem....
O Algarve estaria onde merece.
Abrz

10:59 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Viva a geraçao quinhentos!! os responsaveis por dar o exemplo em ralaçao aos contractos sao os primeiros a fazelo a recibos verdes !! e uma vergonha pagar se tao mal as pessoas com o objectivo de ganharem a 200% isto os patroes
mas esquecem se que teem filhos e um dia terao netos !!!! a mais mares sdo que marinheiros!!

5:40 da tarde

Enviar um comentário

<< Home