terça-feira, março 25

LOULÉ = NOSTALGIA

Quando me refugio na serra, algumas vezes aproveito para “ir à vila”, a Loulé!
Foi a terra que me viu crescer e são muitas e boas as recordações!
E são de tal maneira intensas que geralmente quando deixo “a vila” venho extremamente nostálgico! Deve ser da idade…
Aconteceu no passado sábado!
Enquanto a patroa passeava pela “China Town” que no meu tempo era a avenida, eu vou contemplando e recordando!
Comecei por estacionar na R. Poeta Aleixo, onde vivi e reparei que o número da minha porta passou de 4, no meu tempo, para 36 (?)! Sinais do tempo?
Depois estive encostado ao muro do Colégio da D. Arlinda!
Lembro-me que ouvia tocar para as aulas e eu saia de casa, saltava o muro e chegava a horas!
O que eu fiz naquele colégio…Mas a D. Arlinda gostava de mim….
Desde organizar uma greve que levou à substituição duma professora, até “jogar a mão” ao Prof. Faísca que ia arrear no meu irmão, até fazer uma espera na EVA para “apanhar” o Prof. Leitão….”grandes cenas”!
No que foi o Colégio, onde agora estão pré-fabricados, era o campo de jogos!
E que jogatanas fazíamos! Lembro-me que o Simões, que tem agora a espingardaria, era craque! Outro era o Honorato que era dos lados de Salir e que está emigrado em França! E havia muitos mais, mas os nomes já se foram…
Ah! Às quintas eram as aulas de Educação Física!
Vinha de Faro o Prof. Fortes que punha o “xarabaneco” à frente da turma para exemplificar os exercícios, enquanto ele ia batendo palmas para marcar o ritmo! Aquilo é que o homem tinha uma trabalheira!
E as aulas de Religião e Moral com o Padre Cabanita?
A Religião era pouca e a Moral quase inexistente! Lembro-me que uma vez houve um crime passional, e estávamos na aula quando os bombeiros passaram com o corpo da infeliz numa maca! À janela da sala de aulas todos vimos aquele nefasto desfile, em profundo silêncio! O pior veio depois com cada um a defender a sua tese e o Padre Cabanita a desfazer-se em esforços para “dar o perdão àquela pecadora”!
E lembram-se de haver no Colégio uma “caixa de saltos”?
E quem se recorda que uma vez houve um entupimento de canos e a zona dessa caixa ficou completamente alagada?
Alguém se lembra o porquê?
Então eu recordo! Para resolver o assunto houve que escavar na dita zona da caixa de saltos e chegar aos canos! Quando aí se chegou eis que de repente começam a flutuar centenas de preservativos que era o que estava a entupir a canalização…Gozo geral !!
Explicação :- Ao canto da rua que vai para o bairro municipal, do outro lado do lagar, era a casa da Rosa que praticava a mais velha profissão do mundo! Enigma descoberto…
Mas, voltando à minha nostalgia, se desço a Praça lembro-me do Faz Tudo e os seus folhados…
Do Café Calcinha, onde o ZéZé Calcinha, Pai da minha primeira namorada, a Geni, serviu uma sandes de rato frito ao Scaletti, que se lambeu julgando ser um passarinho frito!
E a Escola Industrial onde Íamos à saída ver as garotas…
E a papelaria do Gema? Deve ter sido a primeira casa a vender discos de vinyl!
E a loja fina da Amélinha, onde a “nata da sociedade louletana” se vestia…
Ainda agora só andei umas centenas de metros e já vai longa esta missiva!
Certamente, que quando voltar a nostalgia, recordarei mais coisas da minha terra de Loulé!
O tema musical, em versão nostálgica, é " Yesterday" que toquei inumeras vezes, com os Top kings" nos bailes dos Artistas, da Campina,....

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A nostalgia que descreveste bem, é algo de bonito. Honra a quem a tem. É assim em Loulé, em Faro, em Olhão,..poupa-me a descrição intensiva do nosso Algarve. Porque os de outras terras lêm este blog mas não participam..terão certamente outros vinculos, meios, blogs. A saudade é de quem a tem e a descrição, ao pormenor, de uma terra de então,é sempre de louvar.
Assim poderei ter esta tua base afectiva para..picar.. as mentes de algumas gentes que porventura, sendo carentes, falta-lhes a coragem, que não seja entre dentes..de divagar por uma própria adolescência que marca o calor, a vivência. Porque parece que a única coisa que daqui levamos será a saudade, anexa ao conhecimento de por cá se ter passado. António Aleixo era menos consumista, mas mais próprio. E não se restringiu.
Será que um euro e picos, por multa cobrada, aligeirará de um modo sensível o futuro profissionalismo destes novos causídicos, um preço para um futuro errante, perdão, promissor?
Que história, mais tarde, irão contar?
Que histórias irão contar os nossos filhos, já adultos, aos seus filhos, mais tarde, que nasceram num país onde o casar é tema fiscal de governo, eleitoralismo, devidamente propalado por uma comunicação social aberrante,seguidista de políticas de facturação?
Por mim e por muitos mais, isto é chocante e barato.
Schengen abriu. Hitler invadiu. Falta uma terceira. Nem quero imaginar. As pmes estão paradas. Chegámos ao limiar do progresso.
Aberrações consumistas. A modos que, como os macacos de Gibraltar: "não vejo, não oiço, não falo" assim preparamos o big eye de George Orwell. Advertencias dos "velhotes".
Dêm-lhes cores reais, aos jovens, não lhes dêm filosofias utópicas que poderão vir a ser o norte de cada um...
Dêm-lhes esperança! Aos jovens. Não lhes dêm projectos eleitoralistas que não cumprem.
Até porque, parece, o crédito vai acabar...e o gelo do Ártico vai desaparecer dentro de 7/8 anos.
Quero ver onde irão pôr o poder e outros, o dinheiro quando não houverem "Endeavours" todos os dias em todas as gares?
Tal como os bunkers para as guerras atómicas, quando acabam, quem vai para onde?
São perguntas, apenas.
Um abraço

10:17 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Naturalmente que é bom recordar esses tempos principalmente por ser o tempo da nossa juventude. Foi um tempo em que julgávamos que seríamos eternamente jovens e afinal aí estão as barriganças, os branquinhos e outras mazelas que o senhor tempo nos vai oferecendo. Todos esses lugares que descreveste eu os imagino às vezes antes de adormecer. Tenho realmente saudade das pessoas que nos eram queridas e de bons momentos vividos. Não do atraso, da miséria, da falsa moral,
etc. etc... Mas confesso que gosto
também de viver os dias de hoje. Eu que nunca tive um gira-discos, uma biciclete e outras coisas que aos olhos dos miúdos de hoje deve parecer ridículo, estou ainda deslumbrado com os Cds, os DVds, o MP3, o computador, os jogos um sem fim de coisas que jamais imaginei
nesse tempo em que receber uma moeda de vinte e cinco tostões era
um «totoloto» em ponto pequeno. E por agora chega. Voltemos outro dia
porque há muitos lugares, sítios e pessoas para recordar. E nosso velho Atlético onde fizemos o 1º baile. Aquela matinee no dia de NAatal de 19.... não recordo.... Abraços Tó Clareza

10:57 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Olha, olha ... a louletania baixou à capital ... ;) ... eu entendo o Pedro ... e acho que o mesmo se passa com a maior parte da malta à medida que o tempo avança no tempo ... o dr. Leitão ... que me fez ficar com vontade de ir a Pompeia ... recordo ... o dr. Faísca meu conterrãneo ... enfim ... que é feito da Jeni e da mana ... ? vou "cuscar" à Louletania ...
Lila

11:12 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Sem "abusar" do teu espa�o, esqueci-me, os "Kossacos" de Santar�m, de ent�o,(Barroso), estar�o querendo repetir, com alguma nostalgia, algumas m�sicas, no ver�o, por c�.
No commerce.
Fala com ele.
Abrzs

11:22 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Ofensiva antiolímpica do separatismo no Tibete
[24 de Março de 2008]



Era de se esperar! Os inimigos da China e do socialismo chinês não iam mesmo assistir de braços cruzados ao sucesso das Olimpíadas de Pequim, no fantástico Estádio Ninho de Pássaro e em dezenas de outras instalações especialmente construídas para a grande festa desportiva da amizade entre os povos. Alguma coisa os mecânicos do capitalismo iriam arranjar.
No Taiwan seria difícil: o seu homem na ilha, o separatista Chen Shui-bian, marchava para uma feia derrota na eleição presidencial, como de fato ocorreu neste sábado, com a vitória do Kuomintang e da proposta do diálogo. O separatismo no Xinjiang iria pegar mal, por causa das suas conexões com o terrorismo da CIA. Accionaram então o separatismo tibetano e o seu indefectível dalai lama, que alimentam e financiam há meio século.
Não conseguiram grande coisa: algumas jornadas de violência em Lhasa e outras cidades, promovidas por brigadas de arruaceiros que destruíram, queimaram e mataram gente inocente, até que a polícia os conteve, sem usar armas de fogo. Mas foi o que bastou para a bem oleada máquina propagandística da Voz d’América armar o circo da crise tibetana e iniciar sua ofensiva anti-olímpica.
É mentira que não existam imagens dos distúrbios. A CCTV apresentou no passado sábado o vídeo de uma impressionante reportagem de 15 minutos. As imagens e os depoimentos falam por si: como a do pai da jovem Shen Xia, de 18 anos, queimada viva junto com quatro colegas na loja onde trabalhava. É por opção editorial que a maior parte das televisões do ocidente não mostra essas cenas: na verdade, elas estoirariam a campanha intoxicativa norte-americana como uma bola de sabão.
Tão-pouco é verdade que os eventos de Março visem a autonomia do Tibete. Este já é uma das cinco Regiões Autónomas da China – estatuto que lhe permite cultivar livremente a sua língua, a sua cultura, os seus costumes e crenças, inclusive o budismo tibetano. Foram os desordeiros de Março que espezinharam, um por um, os quatro preceitos do budismo – não matar, não roubar, não trair e não mentir.
Apesar da cumplicidade mediática ocidental, a grife da causa do dalai lama sai arranhada dos episódios. A começar pela aura pacifista laboriosamente montada por ele – embora se trate de um estranho ''pacifista'' que apoiou a invasão e apoia a ocupação do Iraque pelos 160 mil soldados de seu amigo George W. Bush. Ficou visível o embaraço de “sua santidade o Buda vivo” ao ver seus discípulos rasgarem-lhe a fantasia.
O papel dos monges nos distúrbios merece um registo. Ele não se liga à sua condição de religiosos, mas ao status de classe dominante de que gozavam no sistema teocrático-feudal-esclavagista que veio ao chão depois da contra-revolução de 1959. É de estarrecer que um pedaço do planeta tenha chegado à segunda metade do século 20 sem uma única estrada, uma só escola laica ou lâmpada eléctrica sequer, mas com uma classe dominante de aristocratas e monges da casta superior, que sujeitavam a maioria trabalhadora formada por servos e escravos.
Assim era o Tibete de que o dalai lama tem saudades. Uma de suas peculiaridades era o uso de seres humanos como montarias: como não havia estradas, os monges e aristocratas locomoviam-se carregados nas costas por escravos ou servos.
Os 1,3 bilhão de chineses de todas as nacionalidades, a começar pela tibetana, com certeza não permitirão a volta desse passado. Continuarão a construir a sua pátria que não se cansa de deslumbrar o mundo pela pujança do seu progresso, progresso que avança no Tibete em ritmos mais elevados do que na média nacional. Perseverarão na busca da meta avançada de uma sociedade socialista harmoniosa. Capricharão ainda mais nos preparativos dos Jogos Olímpicos de Pequim, que encaram como uma oportunidade de ouro para exibir ao mundo a China de hoje, um país de carne e osso, com qualidades e defeitos, mas que, com razão, enche de orgulho os seus filhos. Ninguém há-de estragar a sua festa, que é também a de toda a humanidade amante da paz e do progresso.

3:51 da tarde
Blogger Isamar said...

Pois é, Pedro, vamos fazendo anos e é tempo de recordar. É viver, não é? Ou melhor dizendo, é reviver o que, atendendo ao prefixo, significa viver mais do que uma vez. Não frequentei o colégio de Loulé mas tive muitos colegas dessa boa vila e muitos mais do concelho, hoje, homens e mulheres de vulto. Não os enumerarei porque tu sabes melhor do que eu. Uma referência à Religião e Moral, só para recordar o reverendo Padre Carrilho, hoje, Bispo Auxiliar do Porto. Por quem tenho grande consideração e estima. Foi um amigo, um colega especial.Para ele um beijo de grande amizade, para ti, um abraço grato por me teres trazido estas recordações.
Mas, no meu blogue, falo-te de um algarvio, vivo, que frequentou o Liceu de Faro e de cuja obra muito gosto.
Passa por lá.
Beijinhosssss

7:35 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Lembra-me bem, o tempo que vai passando.
Antigamente e ainda hoje, fui assistindo às evoluções dos seres,nós,portugueses.
O nossos Barroso, sempre activo, defende a utopia pela revolução. Correcto.
A História diz que manda quem tem poder.
A revolução tem um tempo próprio.
Ou se faz ou não...
Deixámo-nos há 1 hora.
Tá tudo bem definido.
Amigos do coração.

O socrates domina a comunicação. Ou não fosse o maioritário...mea culpa, votei nele. Atribuo-lhe incompetencia, agora.
Não vá ser como o hitler...de qualquer modo nem pense nisso!!!
Não lhe reconheço agora categoria para o posto. Vende um sistema do seu partido tal como um vendedor de lota, do peixe. Quantos lobbies? Ena tantos!!!
Há pessoas e pessoas. Este senhor é uma máquina debitadora de pregões. Qual o seu valor, curriculum, cultura acumulada, experiencia provada?
Enganei-me. Peço desculpa, mas digo-a.
Tudo o que estes que mandam, fazem, é absolutamente transparente.
Acabem com o planeta, com tamanha ambição!!
Esta bolinha azul, cuja mãe é a Natureza, está lixada. E os humanos, detentores da verdade, já sabem tudo.
Verão o resultado.
Aposto!!
Paz, entretanto...

4:06 da manhã

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