sábado, maio 17

O que é o chefe ?

O que é o chefe ?
CHEFE, etimologicamente, é aquele que está à cabeça ou, melhor ainda, aquele que é a cabeça.
A cabeça é que vê, pensa, promove a acção no interesse comum de todo o corpo.
Chefe é aquele que sabe, quer, e realiza, e também aquele que faz saber, querer e realizar.
Chefe é aquele que, sabendo, o que quer, sabe também proporcionar o esforço ao efeito que pretende obter.
Não se é chefe senão na medida em que se é capaz de fazer partilhar a qualquer grupo o ideal que se vive, levando-o a realizá-lo através de todos os obstáculos.
Decidir não custa nada; o que importa é que as decisões se volvam em acção; daí o concluir-se que para se ser chefe não basta mandar, mas há que saber escolher os homens de acção, educá-los, animá-los, ampará-los, "controlá-los".
Quando surge a hora das decisões que se hão-de tomar, das responsabilidades que se vão assumir, dos sacrifícios que se têm de suportar, onde descobrir os obreiros destas temerárias empresas, senão em naturezas superiores, impregnadas da vontade de vencer, que vêem com nitidez os únicos meios que conduzem à vitória, e que têm coragem para arriscar tudo ?! (Foch)
Compreende-se bem o sentido e a grandeza do nome "Chefe".
Chefe é aquele que sabe fazer-se obedecer e ao mesmo tempo fazer-se amar.
Não é aquele que impõe; mas aquele que se impõe.
Para comandar homens, há que saber dar-se.
Ser chefe não é somente fazer uma obra: é sobretudo fazer homens, conquistá-los, uni-los; amá-los e ser amado por eles. Saint-Exupéry, em "Terre des Hommes", diz: "A grandeza duma função está talvez, antes de tudo, em unir os homens".
A asserção é particularmente verdadeira, quando aplicada à função do chefe.
O chefe é mais que presidente. Este é por definição não um homem de pé, mas um senhor sentado que arbitra as opiniões daqueles a quem preside e consegue uma maioria preponderante.
Pode ser hábil, influente; todavia, não comanda, não se trata dum chefe.
Ser chefe não consiste em dar provas de vigor, de eloquência, de audácia ou de habilidade.
Ser chefe não consiste de maneira nenhuma em reunir à sua volta adesões sentimentais ou interesses.
Ser chefe consiste essencialmente em saber como levar os homens a trabalhar em conjunto, em reconhecer e utilizar pelo melhor os recursos de cada um, em indicar o lugar em que este ou aquele possa render mais, em dar a todos o sentido da sua solidariedade e da sua igualdade perante a tarefa que lhes está confiada nos diferentes postos dum mesmo grupo.
O chefe não se define por sinais externos, mas por uma missão própria. Antes de tudo, chefe é aquele que tem encargo de outros.
Conhecer o homem em geral, os seus homens em particular, e a fundo os seus subordinados directos; conhecer de modo exacto os seus compromissos e respeitá-los; lembrar-se de que, na acção, actua sobre vontades e não sobre engrenagens; abrir, por consequência, horizontes largos à sua iniciativa; obter deste modo a docilidade, o zelo, o ardor em vez da passividade indiferente e mecânica; preferir à violência a disciplina voluntária; manter a subordinação dos interesses particulares ao interesse geral; levar sem desânimo as tendências centrífugas a uma coordenação fecunda - tal é a função essencial do chefe, para a qual se torna necessário e insubstituível.
O homem é um ser social, e a liberdade individual deve ser canalizada e disciplinada para o bem geral.
Mas seria imprudente deixar à razão de cada membro da sociedade o cuidado de determinar o que o bem geral reclama dele, e ainda menos deixar apenas à sua boa vontade o cuidado de conformar com esse bem geral a sua conduta.
O chefe não é mais do que o mandatário do bem comum - daquele bem comum que deve interpretar, defender e realizar, ao serviço do interesse superior da comunidade e, portanto, finalmente, da pessoa de cada um.
O verdadeiro chefe reconhece-se por este sinal: basta a sua presença para levar os homens que dirige a entregarem-se por si próprios ao serviço da causa comum.
Substitua-se "presença" por "lembrança", e teremos os grandes chefes
(A.D.)
Dedicado a um "chefe da nossa praça."

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

-Eu não sou portista mas tal facto não me impede de encarar os factos com seriedade e de os tratar como tal; factos e não convicções.

Presentemente tenho que confessar que já não consigo calar a minha revolta e estupefacção pelo momento que atravessa Portugal.

Assistimos, neste momento, ao assassinato social de uma personagem pública, em absoluto frenesim mediático e perante o gozo, finalmente alforrio, de três quartos do país.

Pinto da Costa é o seu nome e atrás dele arrasta-se pelo chão o nome do clube a que ele preside - o Futebol Clube do Porto.

Na entrega dos Globos de Ouro, onde o Jesualdo Ferreira recebeu o galardão de treinador do ano, as vaias e apupos que se ergueram só não foram mais explícitas na transmissão televisiva

por causa das palmas pré-gravadas; esta reacção fez-me corar de vergonha como se tivesse sido eu o alvo. Perante a audiência das elites mediáticas sufragou-se o nojo do país por tal clube e

presidente.

No dia seguinte a um outro espectáculo mediático, este o da leitura da sentença da Liga de Clubes, publicaram-se notícias sobre a perda de sigilo bancário de Pinto da Costa em relação a

contas de empresas suas, vítimas de denúncias de Carolina Salgado. Quando o inimigo cai no lodo não se deve cometer o erro estratégico de o deixar levantar; as solas das botas servem para

alguma coisa.

Mas afinal qual a causa que levou, finalmente, à condenação, não dos tribunais – que estes são o que sabemos – mas em sede da opinião publica (desportiva?), do homem por causa de quem

foi formada a segunda equipa especial de investigação do Ministério Público em toda a história da terceira república em Portugal. Antes desta só uma foi criada e foi-o para investigar um

outro fenómeno de "proporções equivalentes": as FP 25 de Abril.

O que está aqui em causa não é se ele é corrupto ou não. Eu disso não sei e se o for não sei se é muito diferente dos que o perseguem, inclusive dos que dirigem o meu clube.

O que está aqui em causa são duas acusações específicas, ocorridas numa determinada data, envolvendo determinadas pessoas. Acusações que são o corolário de anos de investigação por

parte da mais cara e mais "independente" equipa de investigação em Portugal e que continuamos a pagar como se não houvesse problemas mais graves a resolver neste pais. Por mais que

alguns queiram, não se trata de absolutamente mais nada.Todos os que comentam este caso confessam, em privado ou na televisão, o seu desconhecimento do processo, mas no entanto

louvam a coragem da condenação.

Como é possível? Que estado de loucura é que nos atingiu? De certeza que não é por causa das escutas telefónicas que Pinto da Costa será condenado, porque se for, não se compreende por

que é que as escutas que mostram Luís Filipe Vieira, João Rodrigues e Veiga a escolher árbitro e pedir favores, e que foram publicados nos mesmos jornais, não deram origem a processos.

De certeza que não é por causa do testemunho de Carolina, porque em qualquer parte do mundo ela não seria considerada uma testemunha credível. Não por causa do seu passado de

alterne, mas porque é uma companheira desavinda e com pronunciada e notória intenção de denegrir o antigo companheiro. Para além disso nunca conseguiu apresentar qualquer prova do

que afirmou, exibindo apenas testemunhos contraditórios. E testemunhos valem o que valem. Todos podemos dizer mal ou bem de quem nos apetecer.

Pinto da Costa é condenado porque existe uma generalizada convicção de culpa. De que é corrupto e que arquitecta os resultados do clube a que preside à mais de vinte e cinco anos e que

portanto este não os merece e que lhes deviam ser retirados. Esta convicção continua a ser uma convicção e não uma certeza, depois do falhanço da toda-poderosa equipa de Morgado em

apurar factos novos e emancipados da Carolina. Neste momento a equipa da eminente magistrada investiga transferências de jogadores do FCP e mais recentemente empresas de Pinto da

Costa para apurar fugas ao fisco. Tudo com base nas informações de Carolina. Já não se trata de futebol. É a procura de um ponto fraco, do calcanhar de Aquiles. Trata-se de um inimigo que

urge abater a qualquer custo. Se doer melhor.

Eu nisto não me revejo. E quem possui, então, esta convicção tão forte que até se confunde com uma certeza? Esta convicção que desmobiliza qualquer interesse sobre aspectos legais ou

morais e apenas direcciona para o pelourinho. Os adeptos do Porto não a têm, claro.Têm-na os adeptos dos seus dois clubes realmente rivais, os quais constituem perto de três quartos dos

adeptos em Portugal. E como é possível que massas tão colossais de pessoas tenham crenças tão parecidas ou tão diferentes? A explicação não me parece difícil.

Todos se lembram do campeonato ganho pelo Sporting em 1999/2000? Pois o Sporting chegou ao último jogo com dois pontos de vantagem sobre o Porto, depois de o segundo ter sido

"roubado" de uma forma – mesmo eu tenho que admitir - inacreditável, por Bruno Paixão em Campomaior. Os meus amigos portistas ficaram cabalmente convencidos da corrupção desse

campeonato que lhes roubou o "Hexa".

No ano seguinte o mundo do futebol escandalizou-se com a benevolência com que o "sistema" permitiu ao Boavista molhar a sopa em praticamente todos os relvados do país, deixando uma

esteira de mortos e feridos nas fileiras adversárias.

Em 2001/2002 o Sporting ganhou um campeonato em que os adeptos contrários se indignaram com o número de jogos resolvidos com penaltis. As suspeitas foram como de costume

descomunais

.Em 2004/2005 o Benfica arrecadou um campeonato invulgar, pisando com pezinhos de lã o que se convencionou chamar de "passadeira vermelha". Mais uma vez foi grande e generalizada a

revolta e a suspeita.

Ora, este curto parágrafo contém a descrição de todas os campeonatos ganhos por equipas adversárias do Porto desde 1994 e isto é que constitui o cerne do problema.

Basta aplicar a fórmula explicada em cima para se perceber o porquê do ódio ao Porto e da convicção, por parte dos adversários, da sua culpa e da do seu presidente que tem permanecido o

mesmo. Neste país ninguém ganha por merecimento. Tudo ganha na batota.

Ganhasse o Porto dois campeonatos por década e era um clube simpático e o presidente um tipo culto que até declama poesia, passe a pronúncia.

É claro que existe corrupção no futebol.Ninguém é ingénuo. No futebol e na politica, nas modalidades amadoras e sociedades recreativas. A corrupção existe onde existem interesses.Nas

mesas de café, por entre cervejas e tremoços, os amigos e conhecidos repartem amigavelmente estas histórias e convencimentos, riem-se do golo que marcaram com a mão e ofendem-se

com a vista grossa feita à bola que bateu em pelo menos 15% do ombro e portanto deveria ser penalti.

Falta apenas o catalisador de todas estas energias, positivas e negativas e o catalisador são os media. No momento em que escrevo este texto não sei quantas pessoas o vão ler, mas se o fizer

na televisão sei que vai ser escutado por milhões. Os dirigentes dos clubes que não ganham o suficiente, ou então velhas comadres desavindas, extravasam os seus ódios e dissimulações

nos meios de comunicação e catalisam todas as frustrações dos adeptos que conduzem da mesma forma que os políticos gerem os povos nos comícios e mesas de voto.Temo que o processo

tenha ido longe demais e apenas a justiça civil tenha oportunidade de repor o estado de direito que permanece na aparência mas que foi suspenso de facto. Nesta sociedade, quem acusa tem

que provar, não o contrário. Nesta sociedade, perante a justiça, causas iguais originam processos iguais. Não pode haver descriminação.Não pode haver perseguição. Aquilo que está aqui em

causa é apenas demonstrar se os dois acontecimentos de que Pinto da Costa é acusado são provados ou não. O resto é política, mediatismo ou clubite. Quando a chacina de uma pessoa por

causa de campeonatos ou outra coisa tão mesquinha como esta, é permitida - gostemos da pessoa ou não da pessoa, e eu não gosto - mais vale passarmos mudarmos de vida. No fim, o trago

será sempre amargo.

Assim não vale a pena.

3:47 da tarde
Anonymous Anónimo said...

muito bem pecaaas, postas e comentas, com quem atira foguetes e apanha as caninhas.
Vá lá, põe a foto do chefe na frente do burro, assim mostras a tua verdadeira coragem. Mas é claro que depois perdias as mordomias.

4:18 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Como é que um anónimo tem a lata de vir pedir para o Pedro dizer quem é?!Se calhar é o visado!

7:01 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Eu sei quem é! Função pública da àrea da saúde!
Pentotal

7:08 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Se é da função pública então não é só para um!É para milhares.

10:25 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Há chefes em Portugal? Certamente que sim. Mas devem ser poucos, não estarão expostos. Não se infectam, naturalmente. Não se misturam, talvez por isso.Não necessitam de protagonismo nem querem tachos. São protagonistas involuntários e criadores de tachos, involuntáriamente.
Dois exemplos antagónicos:
Socrates quer ser chefe mas não consegue fumando em aviões.
Sá Carneiro foi um chefe mas um fumo num avião destruiu-o.
Quem pode ser chefe neste Portugal? Venha o diabo e escolha...o avião!!

12:48 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Quando os critérios de selecção não são os da qualidade, o que quase sempre acontece na função pública, aparecem chefes por acidente e que deixaram de ser bons funcionários para ser maus chefes!
Seringa

2:08 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Procurem os chefes no Largo da Sé, ou na Rua do Municipe.
Na saúde não os encontram porque tudo é cumprido conforme a lei.
J.E.

3:15 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Olhe que não, olhe que não, Sr. J.E.! No CSF ...
Pentotal

4:01 da tarde
Anonymous Anónimo said...

atão nã é que o chefe do Largo do Carmo fecou ofendide? Cande o home tava na oposição pelo PS gania que nem um cão lobe com a ajuda do Correia, montanhero de S. Brás que se tem dade bem com eles todes, desde o edifice da HÀ Erre Yess até às cafundas do Hospital de Fare, agora ele e o amigue, mais os bois do partide têm o tache e ainda ataquem o camarada do largue da sé.
Tá benite o PS sim senhores. Quando perderem o mandar e tiverem de voltar par as cafundas a gente logo os ouve ganir otra vez.

"Montanhero de Sequero e Regadio"

4:27 da tarde

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