sexta-feira, outubro 10

Era uma vez...

Era uma vez uma nobre e rica senhora de Faro, crente a Deus e amiga da sua Igreja!
E como rica que era, mostrou a sua riqueza doando à sua Diocese um bonito pinhal no caminho para a praia de Faro!
O Sr. Bispo (qual deles ?) agradeceu e assim aumentou o património da Diocese!
Lá se tem mantido o belo pinhal, que de há uns anos a esta parte tem servido para albergar o acontecimento mais mediático que acontece em Faro:- A Concentração de Motas do Moto Clube de Faro!
Mas, o belo pinhal, com o passar dos anos passou a ser cobiçado por muitos ! Não, não é que as pinhas sejam especiais ou que os pinheiros de uma qualquer variedade rara!
Mas, naquele belo pinhal, "assentavam" tão bem umas vivendinhas...
E a senhora que doou o pinhal, baptizado "Vale das Almas", certamente que lá no além não se importaria muito se isso acontecesse!
Vai daí, "alguém" falou com a Diocese e "tratou de negócio"!
Tudo feito debaixo da lei! Sim, que nestas coisas não pode haver qualquer ilegalidade...
A Diocese, proprietária do terreno, tomou as medidas necessárias e obteve a autorização para proceder ao corte dos pinheiros!
Tudo sempre feito com a máxima legalidade!
E assim, um após outro, os pinheiros lá foram caindo!
E eis que de repente, "Ó'da Gurda" que estão a abater o pinhal !
Mexe-se o Presidente, o Adjunto, o Engenheiro e o Arquitecto, a CCDR, o Ambiente, o Bispo, a ANA, ....o Pedro, o Joaquim....
Não pode ser! É preciso parar já!
Mas, não foram estes senhores todos que agora se estão a mexer que autorizaram o corte dos pinheiros?
Onde está a ilegalidade?
Está no "construtor"? Não! Até está autorizado a fazer o corte dos pinheiros?
Está na Diocese? Também não! São proprietários do terreno e obtiveram a necessária autorização para o abate das àrvores!
Então, onde está o mal? Está tudo legal, sem qualquer falha, com toda a documentação necessária, pagas as taxas necessárias para fazer a operação...
Então, o que está mal ???
NADA!
Só que nesta "República das Bananas", o que hoje é verdade, àmanhã é mentira!
E quem hoje autoriza, àmanhã proibe!
"E em terra de cegos, quem tem um olho é Rei"!
Hoje fazemos muito barulho, mas daqui a um par de anos lá estarão as vivendas e "o Zé Povinho já terá esquecido este folhetim"!
Assim vamos destruindo o pouco de bom que ainda resta! Até quando?

24 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Visite:

http://favascomchourico.wordpress.com/

5:28 da tarde
Blogger Unknown said...

A SOCIAL-DEMOCRACIA DE OUTONO
[Rogério Barroso - sexta-feira, 10 de Outubro de 2008]

Foi dado o Prémio Nobel da Paz a um finlandês, diplomata de carreira, sobretudo pelos factos do seu trabalho a seguir à agressão de Bill Clinton, seus falcões e falcoeiros, ao centro da Europa, mais em particular à Jugoslávia.
Nessa bárbara agressão, Bill Clinton tinha como sócio principal o papa João Paulo II, mais determinado ainda do que simplesmente apoiado pela loja maçónica P2 (Publicità Due), com as suas sedes nas “tendas” financeiras judaicas da 5ª. Avenida de Nova York, no Pentágono e no Banco Ambrosiano da cidade do Vaticano, no centro de Roma.
Era então também falcoeiro – e, ao mesmo tempo e em função disso, ministro da guerra em Portugal – um tal Vitorino, que agora diz coisas, que só ele sabe, na Rádio Televisão Portuguesa e conclui com disparates por cima de disparates.
O que é curioso é que a parte do trabalho diplomático do Nobel em prol da paz, a qual é a principalmente destacada na atribuição do prémio, é o conjunto de propostas para a protecção das minorias sérvias no Kosovo, justamente as que nunca foram aplicadas pelos invasores norte-americanos.
Acresce que isto tudo ocorre na altura em que, concomitantemente, o governo social-democrático do Partido Socialista reconheceu o Kosovo como país independente, e as Nações Unidas, não o reconhecendo, atribuíram ao Tribunal Internacional de Haia o processo judicial internacional de verificação da legalidade da citada auto-proclamada “independência”.

*

Os partidos portugueses descendentes da União Nacional/Acção Nacional Popular – PS, PPD/PSD e CDS/PP – negaram hoje, no Parlamento, liberdades individuais garantidas aos portugueses na Constituição da República Portuguesa de 1976 (Versão de 2006).
Também neste caso, a Loja P2 do Vaticano teve influência decisiva, ao impôr a proibição de alteração ao art.º 1577.º do Código Civil Português, que é a de retirar a expressão «(…) de sexo diferente (…)» ao corpo do mesmo artigo – e pouco mais, por necessidade de adaptação ao novo texto de outros artigos do mesmo diploma e de leis avulsas (trabalho para uma secretária de advogado que seja competente!).
E negaram garantias constitucionais dos cidadãos cada qual com a sua argumentação, com alguma resistência de deputados da respectiva oportunística (mas antiga!) coligação, e com argumentos dos mais variados, todos redundando em que a vontade de cada um tem de sujeitar-se às babuseiras (dois mil anos de velhas!) dos católicos de Roma, com destaque para os mentirosos “sociais-democratas” que dirigem actualmente o PS, que até conseguiram declarar que estão de acordo com a matéria pretendida na proposta do Bloco de Esquerda.
O PS votou contra o que considera certo, por uma questão de oportunidade!!!

*

Sócrates anunciou, no dia em que chegou a Lisboa (vindo de Bruxelas, de uma reunião do Conselho de Ministros da União Europeia) o seu ministro das Finanças, que o seu governo garantia “as poupanças dos portugueses”, em resposta à crise instalada na banca capitalista internacional.
Perante a investida de muita gente (nomeadamente a minha!) no sentido de alertar os depositantes de dinheiro em bancos para os avisar de que deveriam levantar o valor de todos os seus depósitos (podendo manter as contas poupança, se tivessem confiança alguma nas promessas da direita moderada instalada no poder), Sócrates veio, logo no dia seguinte, corrigir as suas promessas para que «o governo garantirá os “depósitos” dos portugueses em bancos».
Apesar da promessa modificada, o governo vai garantir com quê?
• Com alcatrão da pista de aterragem do novo aeroporto da margem sul de Lisboa (que ainda não há)?
• Com porcas das rodas do novo trem de alta velocidade (que ainda não há)?
• Com periscópios dos submarinos do Paulo Portas (que já há, mas não têm dinheiro para navegar)?
• Com quadros do museu Barardo (que não sei se são do Estado)?
• Com pás das ventoinhas da “quarta maior empresa” de moinhos de vento norte-americana que a EDP diz ter comprado?
• Com as riquezas e a solidez dos bancos hoje apregoadas pelo presidente do SPG (“sindicato português da gatunage” – como lhe chamo eu quando estou a brincar às casinhas!), João Salgueiro?

*

No mesmo dia em que anunciou que o Estado garante as contas-poupança dos portugueses, até ao valor de 50.000,00 € – o que já é discriminatório (e por isso cheira a inconstitucional por ferir a disposição de que todos os cidadãos são iguais perante a lei, não distinguindo ricos de pobres, nem ricos e pobres dos que não têm possibilidade de ter contas-poupança) –, nesse mesmo dia, Sócrates anunciou que os trabalhadores vão ter que pagar, com o seu IRS, metade do IRC aos pobres patrões (ver, com olhos de ver, a proposta de Orçamento de Estado para 2009, e estar atento à proposta para a de 2010).
Nem uma palavra para a tão necessária, prometida e esperada ajuda aos portugueses (30%) que vivem abaixo do nível mínimo de pobreza estabelecido na União Europeia (consultar para este valor, a competente página no sítio Internet da EU) foi alguma vez pronunciada por Sócrates durante o seu consulado – para além, claro está!, de umas trapalhices propagandísticas que, para além de nunca terem tido efeito prático, só servem para enganar o povinho crédulo e disfarçar a cada vez pior situação financeira e patrimonial do povo português em geral.
Esta direita moderada, que são os dirigentes ditos socialistas, está (creio que sinceramente!) convencida de que, dando aos ricos que vivem da exploração do trabalho dos outros (porque os que também trabalham, vão igualmente pagar, e… mais do que beneficiam!), aqueles irão dar aos pobres. A ser verdade, seria uma transviada versão do “Robim dos Bosques”, segundo a qual, como queria a encíclica Rerum Novarum, não existe luta de classes. Em conformidade, já o Woitila dizia: «Quem dá aos pobres, empresta a deus». Sócrates parece querer dizer: «Quem dá aos ricos, empresta a deus».
Assim sendo, não restarão grandes dúvidas de que Sócrates irá para o céu. Mas a verdade importante é que, afinal, Vasco Gonçalves tinha razão: é necessário nacionalizar a banca para salvar a economia.
ROGÉRIO BARROSO

5:40 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Porque é que mencionou a ANA? quer-me parecer que de vez em quando você fala do que não sabe...

6:34 da tarde
Blogger Português desiludido said...

A Ana, O Pedro, o Chico....
É outra ANA que não dos aeroportos...
É verdade que falo do que não sei e sou lido por quem ainda "sabe" menos que eu!
Será que não dá para entender?
Cmpts
Pedro

6:41 da tarde
Anonymous Anónimo said...

nesse caso devia ter escrito Ana e não ANA, são duas palavras com significados muito diferentes, é que quando se acusa deve-se ter muito cuidado.

9:11 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Ana= nome próprio
ANA= Aeroportos de Portugal SA

9:12 da tarde
Blogger Português desiludido said...

Tem razão mas não acusei ninguém tendo acusado toda a gente!
É a Ana, o Chico & Cª. Lda.
Pedro

9:42 da tarde
Blogger Unknown said...

Parabéns,
Camarada Rogério Barroso.
Você escreve muito bem e diz muitas verdades que todos sabemos, mas não confunda, a SOCIAL DEMOCRACIA, com o PS / PPD-PSD / CDS-PP, etc... (partidos).

Já agora Camarada Rogério, o que é que o seu muito bem escrito comentário vermelhão, tem a ver com o abate de pinheiros no "Vale das Almas"?
Acho que o nosso amigo Pedro quer que se comente as suas (dele) Crónicas.
Porque razão o Camarada não cria o seu próprio Blogger, em vez de emitir as suas crónicas no Blogge de terceiros?
Saudações cordiais.
RN

4:22 da manhã
Blogger Unknown said...

Concordo contigo.
Estamos mesmo na "Républica das Bananas".
Um Forte Abraço.
RN

4:35 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Câmara de Faro embarga abate de pinheiros em terreno da Diocese do Algarve destinado a uma urbanização

11.10.2008, Idálio Revez, Público

Centenas de pinheiros mansos foram abatidos para abrir espaço para um futura urbanização, de 113 vivendas, a construir próximo do aeroporto de Faro, mas ainda nem sequer existe projecto aprovado. O terreno pertence à Diocese do Algarve e a câmara mandou, anteontem, embargar os trabalhos, alegando a "destruição do maciço verde".
É um capítulo do conflito entre a autarquia e a Igreja por causa dos índices de construção pretendidos pelos promotores imobiliários. O presidente da autarquia, José Apolinário, justificou o embargo com base na legislação que obriga a licença camarária qualquer "remodelação do terreno e coberto vegetal que implique o derrube de árvores de alto porte, para fins não exclusivamente agrícolas, pecuários e florestais".
A parcela de terreno, com 6,5 hectares, encontra-se inserida no perímetro urbano da freguesia de Montenegro/Gambelas. No entanto, a proposta urbanística, de acordo com o parecer dos serviços camarários, sublinhou Apolinário, "não respeita o Plano Director Municipal".
O derrube de árvores surge na sequência do "braço-de-ferro" que o município tem vindo a travar, "na defesa do Pontal". Para levar a cabo esta intervenção do terreno, a Diocese solicitou à ex-Direcção-Geral dos Recursos Florestais autorização para o efeito. A resposta que obteve, assinada pelo então chefe do Núcleo Florestal do Algarve, José Manuel Rosendo, foi de que "não existia legislação para o derrube de pinheiro manso". No entanto, recomendou que fosse mantido o maciço dos "pinheiros mansos, adultos, viáveis".
No Verão, na apresentação da Concentração de Motos, o assunto já tinha causado alguma polémica. Na ocasião, o presidente do Moto Clube de Faro, José Amaro, afirmou que estava "posta de lado" a hipótese de a concentração ter de mudar de sítio. O Vale das Almas, a cerca de 500 metros do aeroporto, tornou-se uma "imagem de marca" do evento. Apolinário apoiou esta tese, tendo avançado com a ideia de que Sociedade Polis da Ria Formosa deveria adquirir os terrenos, por negociação, ou expropriação "em nome do interesse público", pois grande parte encontra-se na área do Parque Natural.
A parcela urbanizável de 6,5 hectares - doada ao Seminário de São José por uma benemérita - é disputada pelos construtores, e a Igreja queixa-se de que necessita de fundos para conservar o património. O PÚBLICO procurou ouvir a Diocese do Algarve, mas tal não foi possível.

9:03 da manhã
Blogger Unknown said...

Em resposta ao Camarada Ricardo, aqui fica o endereço da minha página WEB: http://rogeriobarroso.spaces.live.com/.
Um abraço para todos.
ROGÉRIO BARROSO

9:31 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Alo Pedro
Ó Barroso, mandaste um e-mail à malta a dizer que ias ser mandatário de uma senhora socialista para a eleição de VRSA.
Limites sem fronteiras...haja coerencia..já chega de máscaras de veneza. cumprmts

12:37 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Já agora, sobre a igreja que precisa de fundos, gostava de saber qual delas é, tal igreja.
É que em Portugal conheço pelo menos, muitas.
Se for a igreja católica, essa deverá distribuir os fundos que tem.
Em Portugal acabavam com a fome, pelo menos.!!!
Gastaram praí 16 milhões de contos no novo santuário de Fátima, o dobro do orçamentado...
Palhaçadas institucionais com mais de 800 anos-em Portugal-.
Tenham tento e pratiquem aquilo que apregoam, Humildade.
Por isto tudo têm os templos vazios..
a propósito, está a passar na tv o p. amaro.. a carne é fraca..e Deus perdoa sempre.. dizem.

12:55 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Sr. Marceano, lave a língua e não a morda, para não morrer envenenado

10:26 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Nas palavras de Nietzsche:

Deus está morto!!

2:42 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Matar a fome em Portugal? Faça um estudo e veja quem mata mais fome em Portugal... a Igreja ou o estado?... que hipocrisia... e pensar que depois andam todos em busca de favores para tapar a superstição... porque mais vale estar bem com Deus e com o diabo, que estar de candeias às avessas com algum...
Matar a fome? E ajudar a trabalhar não? E dar cultura não? Eu sei que cultura é um tema proibido neste tipo de comentários mas seria bom que nos dedicássemos à verdade e não a um conjunto de frases que ficam bem dizer mas que não têm fundo... Chega de teatro e abram os olhos... perguntem a quem sabe...

António Alves

3:36 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Como sou muito curioso gostava de saber em que moldes foram dados os terrenos.Seria para uma Igreja?
Se alguém souber que diga.
Será que a benemérita gostava que os mesmos fossem transformados em aldeia privada?
Duvido
Oremos pois.

4:15 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Como é que se diz? Quem não se fia... não é de fiar.

5:22 da tarde
Blogger Unknown said...

Para descansar o meu amigo Marceano, devo dizer que nunca me afirmei mandatário de candidatura nenhuma. Tão simplesmente disse e reitero que vou lançar a candidatura de Jovita Ladeira para presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, como, certamente, lançarei outras e também para outras Câmaras. Trata-se de um trabalho jornalístico numa televisão (LEPEVISION - televisão da Andalusia Ocidental que pode ser vista on-line em http://www.lepevision.com/), por onde o tema vai passar regularmente até às eleições, com comentários, análises e entrevistas.
Meu amigo Marceano! Não se trata da existência de qualquer incoerência, como tu bem sabes, porque és um dos melhores a saber isso. No entanto, como já muitas vezes repeti, quando se lê, há que ler com a vista descansada, desvaporizada e interpretativa. Ler com atenção, qu'os nossos olhos já são fracos.
Um abraço para ti e para todos.
ROGÉRIO BARROSO

5:59 da tarde
Blogger Unknown said...

E porque não deixei de ler os diversos comentários entretanto produzidos por causa da tal propriedade dos padres, quero dizer que dou razão ao Marceano e a Nietzsche e ao Emot, que o cita.
Quanto ao anónimo que manda lavar a língua ao Marceano, eu não posso mandá-lo lavar em lado nenhum, porque o mesmo dito se esconde atrás do anonimato.
Realmente esta é que é a questão: a diferença que há entre os que não têm medo de se mostrar, ainda que sujos, e os cobardolas que não têm coragem de se mostrar, ainda que lavados.
Abraços para todos.
Rogério Barroso.
PS (Não é Partido Socialista, eihn! - é post scriptum): Viv'ó Pedrito Cabeçadas, com muita saúde e sempre a mesma boa disposição!

6:16 da tarde
Anonymous Anónimo said...

zequinha apolinário o filho dólhão,que mais estragos fez em faro,vai ser condecorado por xico leal presidente da CMOLHAO com medalha de mérito.
e já lhe garantiu lugar para o executivo olhanense pois em marim onde pretendem construir uma unidade hoteleira com 900 camas e um campo de golfe,tem lá unpinheiros pra jogar abaixo e o zequinha já sabe como se contorna a lei.
deixando de brincadeiras com coisas sérias pena é que sejam os blogs a fazerem o papel que devia caber á oposição.por causa disso em olhão blog olhaolivre já foi ameaçado de tribunal por causa de abuso de poderpela parte do presidente.em causa está a construção de um condominio fechado na fuzeta a cerca d 10 metro da linha de agua.quando a lei não permite construções a menos de 50 metros da preia-mar .
um abraço e não desitam .
Floripes.

12:51 da tarde
Blogger Unknown said...

A SOCIAL-DEMOCRACIA DE OUTONO (2)

[Rogério Barroso - segunda-feira, 13 de Outubro de 2008]

O Conselho de Ministros, em reunião extraordinária, para além da continuação dos trabalhos preparatórios da Proposta de Lei que aprova o Orçamento do Estado para 2009, aprovou o seguinte diploma: «Proposta de Lei que estabelece a possibilidade de concessão extraordinária de garantias pessoais pelo Estado, no âmbito do sistema financeiro».
Com esta Proposta de Lei, a submeter à aprovação da Assembleia da República, o Governo, face à conjuntura financeira internacional, visa instituir um regime extraordinário de concessão de garantias do Estado de modo a reforçar a estabilidade e a liquidez no sistema financeiro nacional, em condições que permitam assegurar o regular financiamento da actividade económica. As garantias a conceder ao abrigo desta Proposta de Lei podem atingir um montante até 20 mil milhões de euros [leia-se o comunicado do Conselho de Ministros].
Analisemos:
1. Pelo texto espalhado pelo governo, tratar-se-á aqui de o «Estado» prestar garantias a entidades do «sistema financeiro».
2. Parece também tratar-se de garantias de natureza pessoal, ficando a dúvida se tal natureza se refere ao prestador das garantias – e nesse caso seriam as pessoas do Estado que o Estado possa obrigar a fazê-lo (primeiro ministro, ministros, restantes elementos do governo, presidente da república, juízes, procuradores da república e seus delegados, deputados, presidente da Assembleia da República e provedor de justiça), porque o Estado não pode, ele mesmo, prestar garantias pessoais –, ou se tal natureza se refere aos beneficiários dessas garantias, que, então, seriam pessoas do sistema financeiro, não pessoas colectivas (porque a definição legal de garantias pessoais não as abrange no respectivo enquadramento), mas apenas pessoas físicas, por exclusão de partes (por exemplo o Jardim Gonçalves, o Belmiro de Azevedo, o Salgado ou o João Salgueiro).
3. Paira igualmente a dúvida de se saber quem são as pessoas do «sistema financeiro» (colectivas ou físicas, empresas ou figurões), e até a dúvida (esta fundamental) de saber, em concreto, o que é o dito sistema financeiro.
4. Por outro lado, pelo enunciado e pelo texto do governo, devidamente entrosados, parece que o governo pretende que a Assembleia da República aprove um financiamento de até 20.000.000.000,00 €, quantia que virá a ser entregue às tais – ainda nebulosas – «pessoas» do «sistema financeiro», o que é diferente de o Estado prestar garantias (pessoais ou não) a essas mesmas nebulosas pessoas.
5. Também deve ser tomado em consideração que a anunciada operação se destina a «assegurar o regular financiamento da actividade económica», parecendo que «actividade económica» comporte os chamados agentes económicos, individuais ou colectivos, empresas individuais ou sociedades.
6. Não estão, portanto e como afirmei anteriormente, contemplados nem as poupanças dos portugueses, nem as «contas-poupança», nem os depósitos pessoais – o gato escondeu-se, mas deixou o rabo de fora!

Esta trapalhice da gente da governação serve, no entanto (e honra lhes seja feita, porque o têm conseguido!) para manter na ignorância os portugueses que não querem pensar (talvez 90% dos cidadãos com direito a voto, considerando os resultados eleitorais anteriores sucessivos).

Vejamos:
1. O governo òbviamente considera necessária tal medida.
2. O governo torna evidente, por tanto, que alguma coisa aconteceu às vultuosíssimas quantias de dinheiro que as entidades, conhecidas como sendo do sistema financeiro, vêm anunciando, ano após ano, como lucros.
3. O desaparecimento de tais dinheiros – que torna agora impossível que os bancos, por exemplo, possam devolver aos cidadãos o valor dos seus depósitos, razão pela qual tanto esforço fazem o governo, as «pessoas» que dirigem os bancos, a associação dos banqueiros, e os jornalistas e comentaristas a soldo, para evitar o «pânico» – tal desaparecimento, dizia eu, tem de ser de concreta responsabilidade das entidades e pessoas do sistema financeiro (concluo bem?, ou devem ser de responsabilidade dos depositantes?).
4. Essa responsabilidade deve ser assacada àqueles, e repostas as «estabilidade e a liquidez no sistema financeiro nacional, em condições que permitam assegurar o regular financiamento da actividade económica», como já manda a lei, ou seja: à custa dos bens e valores das pessoas e das instituições financeiras, com a necessária e legal investigação criminal das responsabilidades de tais pessoas e entidades (note-se que pode muito bem haver pessoas, entre essas, que devam ser preventivamente presas, por perigo concreto de fuga, por perigo concreto para a consecução ou manutenção da prova e por perigo concreto de continuação da actividade criminosa (tudo isto está na lei, porra!).
5. Só depois de assumir estas responsabilidades para com os cidadãos é que o governo do Estado pode entregar ao «sistema financeiro» e à «actividade económica» tão avultada quantia que recebeu desses mesmos cidadãos, a qual foi paga ao Estado de forma tão sacrificada, em nome do abaixamento da taxa de endividamento público, a qual, com tais medidas, não vai deixar de aumentar outra vez, para mais apertos de cinto.

Meus queridos portuguesinhos: AS ELEIÇÕES ESTÃO AÍ!

*

Ouvi também falar – mas ainda não consegui confirmar – que o governo do Estado vai criar um Conselho Superior de Prevenção da Corrupção. Criar? Agora? Só agora? Outra Alta Autoridade para a Corrupção (mais tarde chamada “contra a Corrupção”)?
Já vêm tarde, estes senhores! Agora já se assaltam até as residências dos procuradores da República, para fazer desaparecer provas.
Enquanto tudo isto, aquele moço, aliás casado com uma algarvia de boas famílias, o qual fugiu de Portugal para Bruxelas quando era primeiro-ministro de outro governo desta gente, veio também agora anunciar que a Europa vai «dar crédito para fomentar a economia». Ele, o Sarkozy e os jornalistas e comentarista a soldo têm enchido a boca com «a Europa, a Europa, a Europa», mas é bom que se saiba que, nesta matéria, a «Europa» não é a União Europeia, mas tão só 17 dos 27 países da União Europeia, que são os 17 países da chamada «zona-euro». Portugal está incluído nestes que têm que financiar os banqueiros europeus 8 e, a seguir, os americanos e australianos, e as repúblicas-de-bananas que são colónias norte-americanas.
Isto é que vai uma crise!
Aqui ficamos a ver que desigualdades mais vai isto criar na União Europeia.

*
O PPD/PSD continua sem cumprir o seu «dever democrático» de praticar a oposição ao governo «democràticamente» eleito. Na verdade, nem que seja por coerência, o papel da sua direcção é estar calada, porque, por um lado, não se pode fazer oposição àquilo com que se concorda (digo eu!), e, por outro, a Dr.ª Manuela Ferreira Leite não faz a mínima ideia da globalidade em que está envolvida (dizem o Dr. Marcelo Rebelo de Sousa e a Juventude Social-democrata!). De assinalar que a Juventude Social-democrata propôs ontem o «Pedrito da Figueira» (Dr. Pedro Santana Lopes, antigo acessor constitucional de Sá Carneiro) para presidente do PPD/PSD.

O REI VAI NÚ.

1:26 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Só vou fazer aqui um comentariozito:
Essa do lavar a lingua, só se a mulher for boa.
Senão não morderei nada.
Só se morde o que vale a pena.
E para valer a pena nunca, mas nunca, será uma amante dum padre.
Ficaria bem mais sujo.
E condenado para as galés do vosso inferno.
Não por tal mulher, mais por causa do roubo de uma amante escondida...de gente proibida.
Irra!!!

12:14 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Já agora, honrando um não anónimo, António Alves, deverei comentar o seu comentário.
Qual será cultura que por aqui falta?
Certamente não a do milho nem a do sorgo.
Estou disponível para conversar consigo sobre cultura.
Social, religiosa, cientifica, politica e a cultura da honra. Sobretudo a da humildade.
Oxalá me dè uma lição.
Bem preciso de aprender.
As minhas opiniões são livres, tal como eu. Porque não ando a reboque de ninguém e falo um português capaz, transparente.
Não utilizo redomas.
A inquisição terminou no século XIX.
E o vosso inferno não me mete medo.
O inferno é aqui..connosco.
Porque assinou, os meus cumprimentos.

12:40 da manhã

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