terça-feira, outubro 21

O “post” sobre o “Dia do Exército” fez reavivar em mim, um trauma que tenho há muitos anos, mais propriamente a partir dos 25 de Abril e da época do “Prec”!
Passo a explicar:- Eu fui um dos milhares de jovens portugueses que “foram parar ao Ultramar para defender a Pátria”!
Foi o que nos foi “injectado” e quase todos estávamos convencidos que cumpria-mos a nobre missão de defesa da Terra Mãe.
Mal entravamos para a escola começava todo um percurso de acção psicológica, com passagem pela Mocidade Portuguesa, que aos poucos nos ia formando e dando bases para vermos a Pátria e a sua defesa como um imperativo categórico!
Entretanto começa a guerra do ultramar e muitos se perfilaram e avançaram para os territórios em guerra!
E enquanto uns iam “bater com os costados em África”, outros desertavam (alguns) e muitos fugiam para o estrangeiro!
Mas, e aqui está o cerne da questão:- fugiam não por questões ideológicas, mas por medo à guerra!
Esta é que é a verdade!

Só uma minúscula parte tinha formação intelectual para fugir por questões de ideologia!
Mas era mesmo uma pequeníssima parte!
E destes, outra boa parte, eram descendentes de famílias abastadas, que mensalmente enviavam a mesada para os meninos puderem viver no estrangeiro!
Este processo durou os anos que durou a guerra colonial e chegamos assim ao 25 de Abril!
É então que começam a regressar a Portugal todos esses “cobardes que tinham fugido com medo”, e todos eles “viraram” lutadores antifascistas e contra o colonialismo!
Obrigaram-se politicamente a fazer uma colagem à esquerda, nomeadamente ao PCP e onde chegavam eram os verdadeiros heróis, enquanto todos os outros portugueses que regressavam do Ultramar após cumprirem as suas missões, quase eram apelidados de “traidores ao serviço do exército colonialista”!
Senti várias vezes na pele esta discriminação!
Revoltei-me várias vezes por ver “retornados políticos” a serem homenageados, enquanto o tropa que voltou da guerra, era pura e simplesmente esquecido!
Muitos morreram, muitos ficaram mutilados para sempre! Outros ainda sofrem em silêncio! Não tiveram direito a nada!
Nem ao reconhecimento de “missão cumprida”!
E assim, este Portugal novo que nasceu em Abril, começou logo por cometer uma das maiores “traições” aos seus filhos!
“Enobreceu os cobardes fugitivos e enterrou na lama os militares cumpridores”!
E assim se vai fazendo a “estória” deste País que é a minha Pátria!

26 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Os Portugueses foram mais ,INVASORES.

9:54 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Just to know..:
1 milhão e trezentos mil jovens cidadãos portugueses foram a Africa, entre 1961 e 1975.
Serão todos parvos?
Cerca de 9.500 morreram em combate, oficialmente.
Cerca de 5.000 morreram em acidentes e doenças.
Não reconhecidos como combatentes..não figuram no Monumento de Belém..
35.000 foram gravemente feridos.
Onde estão?
115.000 sofrem de stress pós-traumático.
Muito mas mesmo muitos destes andam a dormir nas ruas, pedintes.
As famílias empurraram-nos...
Milhares estão enterrados em Africa em lugares abandonados.
Lugares ofendidos pelos indigenas, lugares esquecidos pelo Estado Português..

O dia do Combatente vai ser mudado de Lisboa para Guimarães...

700.000, estima-se, estão ainda vivos.

Estes dados foram colhidos no site Terraweb, o site da malta que fez tropa nessa altura, cá e lá.
Vale a pena visitá-lo para ver o sofrimento, a "saudade".. e a união, e, sobretudo, para que não adormeçamos no cantos das sereias que cheiram..a peixe podre.
De resto, Portugal é nosso, não da palhaçada orçamental e dos desertores, agora heróis desta Pátria.
Que é nossa.
Vale uma aposta?
Para quê?
Os números aqui também contam...não é só nos votos, sobretudo nas abstenções !!
A arma do Hondt..
Circos da treta.
Vá lá que não deve haver nenhum destes na Feira de Sta Iria.

Saudações.
Pedro, boa !!!

11:35 da tarde
Anonymous Anónimo said...

mesmo agora 25 anos depois da cobarde fuga querem-me dizer que foi por idealismo. Alguns membros do PCP estiveram comigo na guerra - por exemplo o Otelo - e não fugiram, quem fugiu foi por idealismo do cu - ou seja quem tem cu tem medo.

Que pena tenho de não poder ir "lutar e ser herói " no Kosovo ou Afeganistão a 7500 euros limpos. Esses sim são os heróis
Ditosos filhos que mereciam outra pátria.

"Homenagem ao furriel José Ribeiro que a 13 de MAio de 1965 morreu para que muitos, eu incluido ficassemos vivos."

Ganhava 1.330$ mensais, não era voluntário e regressou, porque o pai pagou, numa caixa de chumbo.

Nem os corpos dos nossos trouxemos.

Mandamos um Falcon onde, buscar quem com uma perna doente?

Agora dão 123 euros POR ANO de reforma a cada militar. Ofereço-a sempre ao primeiro drogado que vejo na rua.
E o maluco sou eu !


Francisco
ex-alferes

11:42 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Pedro

Li atentamente o que escreveste. És um corajoso. Milhões de portugueses assinariam por baixo.
Porém, acho estranho que ainda não tenham surgido os habituais "comentadores" deste espaço...
Sim, aqueles rapazes e raparigas pretenciosamente "esquerdistas", e bons burgueses que a gente conhece...
Por isso te chamei corajoso...

Carlos Alberto

1:00 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Também tenho sentido o mesmo mas nunca falei neste assunto a ninguém e é a primeira vez que vejo alguem falar dele!
Obr.

9:42 da manhã
Anonymous Anónimo said...

O site, bastante vivo, feito por voluntários,:"ultramar.terraweb.bis". Para quem queira... ao primeiro passo..choca-nos um pouco porque vamos "desenterrar" memórias. Depois passa. Torna-se história apenas.
Cumprimentos

11:34 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Um post muito bom com que o Pedro nos presenteou!
Parabéns! São palavras duras mas é a verdade.
Jacinto

12:25 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Cumpria-mos está mal escrito.
Do mesmo modo que a análise de Pedro demonstra que está muito empenhado em provar a sua "heroicidade" (provavelmente também para lá foi explorar os pretos e as pretas).
Provavelmente a sua heroicidade foi demonstrada em sítios como Nambuangongo ou Mueda, consistindo em matar centenas de mulheres e crianças cujo crime unico foi nascerem livres num país explorado por branquelas hoje e ontem bem situados na vida.

1:18 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Muito bem! Aplausos.
Checa

2:44 da tarde
Anonymous Anónimo said...

PARABENS PEDRO
Sabia que eras um homem de coragem e pena é que neste País à beira mar plantado já haja tão poucos.
As verdades têm de ser ditas e obrigado por teres dito esta.
Um abraço
Luis Faria e Silva

10:32 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Os portugueses, como milhões, que perderam as vidas ou regressaram a casa gravemente doentes,fruto de mais uma GUERRA estúpida como todas são, são vítimas da crueldade da RAÇA "HUMANA", á qual pertencem.
O SER "HUMANO" devia ser banido do UNIVERSO...
Joel Martins
DESILUDIDO SER "HUMANO"

11:25 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Fiquei hoje a saber que todos os portugueses que fugiram à tropa antes do 25 de Abril eram de esquerda e cobardes, os que por obrigação ou obrigados foram à tropa são um exemplo para a sociedade, fui militar voluntário e foi na tropa que tive a oportunidade de abrir a mente e de estudar o que a minha família não teve oportunidade de me proporcionar, fui muitas vezes acusado por os portuenses residentes em África de sermos nós os culpados da guerra pelos vistos quando a tropa regressou estes continuaram a residir em África, matei inocentes, colaborei em atrocidades montras para defender os chamados retornados estes sim na maioria cobardes e oportunistas, quando tive a oportunidade de regressar de ferias ao Algarve ao fim de quase 30 meses de tropa desertei e fui inicialmente para França e depois Canada, casei com uma canadiana ingressei na policia deste país onde cheguei a uma brigada operacional de combate ao banditismo, sempre dei o peito as balas, nunca fui de esquerda ou direita, norteie-me sempre por princípios e valores dos quais não abdico, os crimes que cometi ao abrigo da bandeira assumo-os com frontalidade mas tenho a consciência como português que somos uns fala baratos e por onde passamos pilhamos, matamos, violamos mas continuamos a rezar e na palavra de Deus uns santinhos que sempre prontos a ajudar, o exemplo está a vista 30 anos depois do 25 de Abril muitos dos que falam agora por conveniência no dia 26 de Abril eram de esquerda hoje armam-se em virgens santas cobertos na social democracia como isso existisse nalgum lado, podem dar a volta que queiram dar mas haverá sempre oportunistas em qualquer regime e a diferença é na quantidade, hoje são milhares antes eram meia dúzia.
Estou neste momento em Portugal mas infelizmente continuamos na mesma, a nossa mentalidade reserva-nos o que merecemos.

Fuzileiro Naval

1:23 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Alguem me diz porque razão se tem que associar o dia do exercito com ideologias politicas?

4:11 da tarde
Anonymous Anónimo said...

O anónimo da 1:18 picou-se! é um dos tais de que o Pedro fala!E deve ser professor porque está preocupado é por a palavra estar mal escrita!

9:46 da tarde
Blogger Português desiludido said...

E o anónimo das 4:11 ou não deve saber ler ou tem os neur+onios avariados!

9:49 da tarde
Anonymous Anónimo said...

Ao anónimo das 1:23 basta falares em virgens santas e eu topo logo quem tu és, grande imaginação, meo vitinho.

10:22 da tarde
Blogger Português desiludido said...

Para o anónimo da 1:18, eu não fui operacional,não fui herói, não fui mais nem menos que os outros!Mas vi muitos militares dilacerados, perdi alguns amigos e conheço muitos que ainda hoje sofrem na pele e que foram abandonados pelo Governo que os deixou no estado em que estão!
Sem qualquer dúvida deram muito mais ao País (ao tempo) doque aqueles que fugiram e que depois regressaram armados em heróis!
E não estou contra quem fugiu! Estou sim em se terem armado em heróis!Deviam ter voltado, cantando e rindo pois tinham passado ao lado da guerra, mas sem fazer exibicionismos e sem se armarem...
Cmpts
Pedro

10:10 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Não condeno quem lá esteve, respeito bastante quem lá foi obrigado a estar,,sim todos foram obrigados a ir. Mas vejam as coisas ao contrário. Estamos aqui na nossa terra e aparecem uns pretos pra mandar, para nos fazer criados, pau pra toda a obra, usar a nossa terra pra ganhar dinheiro, explorar, violar, mal tratar,ocupar, abusar,roubar, INVADIR,sim sim..foi isso que fizermos,,fomos pra lá fazer o quê? Mas aquilo afinal era de quêm? antes que digam, também fizemos coisas boas, lógico, mas..por amor de Deus..

10:53 da manhã
Anonymous Anónimo said...

Camarada
Estivemos juntos em Moçambique e quero felicitar-te pelo que aqui está escrito!
Parabéns
Queimado

6:51 da tarde
Anonymous Anónimo said...

A nossa sina é esta, ofendem-mo-nos uns aos outros, os que foram obrigados a ir e aqueles que por vários motivos, que fugiram. E andamos eternamente com a treta da esquerda e da direita e esquecemos sempre que fomos, somos e seremos sempre utilizados pelos srs. do poder, esses sim os principais responsáveis por todos os conflitos neste triste planeta.Aqui não há heróis nem cobardes, há simplesmente pessoas que por razões diferentes têm comportamentos diferentes e são meros peões nas mãos dos seus governantes. Aqueles que não passaram por esta experiência e mandam palpites, deveriam estar calados

8:14 da tarde
Anonymous Anónimo said...

É verdade, só quem não esteve lá e não tem na família pessoas que passaram pelo trauma da guerra do ultramar se permite a fazer comentários destes, temos de nos reportar `época dos factos e não ao tempo presente, quem não consegue isso deveria estar calado e aproveitar para estudar melhor o assunto. Qualque país civilizado honra os seus soldados,em nosso país parece que houve uma amenésia colectiva,e varremos da nossa história quem, face as circunstâncias da época se viu envolvido na luta pela defesa de um território que todos "diziam ser nosso" e para o qual foram enviados milhares de cidadãos portugueses, sim portugueses e fizemos devido aos chamados "heróis do exílio" a pior descolonização do universo, que não serviu nem aos portugueses e nem aos povos daquelas regiões, vejamos o estado em que ficamos e que permitimos que aqueles países ficaram!!! Memória curta tem o meu povo....

11:04 da tarde
Anonymous Anónimo said...

É lamentável o que alguns, poucos, escrevem sobre a guerra em África entre Portugueses e naturais dessas colónias.
Quem é que armava tais naturais?
Quem financiava tais movimentos?
Que origem tinha o material bélico utilizado pelos movimentos?
Foi militar ao serviço de Portugal mas recenciado numa dessas provincias...
Sete anos ao serviço, sem ser voluntário e sem qualquer castigo durante todo o tempo militar.
Esperamos que um dia a história seja escrita com verdade e a justiça a todos que por África passaram, sejam recordados como verdadeiros militares com o sentido do dever cumprido, e, sem vergonha de tal momento de suas vidas.
Nunca matei nenhum ser humano, mas comtribui para salvar centenas, tanto de um lado como do outro.
Vi e assisti a verdadeiros milagres, onde militares portugueses, tudo fizeram, muitas vezes com risco da sua própria vida para salvar seres humanos de todas as raças.
Pela minha parte, obrigado camaradas pela vossa generosidade.
Será que as populações hoje estão melhor?
Responda quem tiver conhecimento de causa, não de retórica.
EAMA/67

6:34 da tarde
Blogger Unknown said...

Tem razão o Marceano, no meu "modesto" modo de ver.
O seu comentário já foi publicado em http://rogeriobarroso.live.spaces.com/.
Um abraço para o meu amigo Marceano e para todos os demais.
ROGÉRIO BARROSO

11:27 da manhã
Blogger Odíli@ Guerreiro said...

As raparigas da nossa geração não íam à tropa, mas viviamos o outro lado da guerra colonial. Fui namorada, fui madrinha de guerra e perdi amigos e familiares. A todos os soldados do meu país,que sofreram na pele... deixo o meu eterno reconhecimento, pelo que foram obrigados a fazer, defendendo interesses que não eram certamente os vossos, mas também não tinham hipotese de se negar a defendê-los.E só desertavam os meninos de bem...o povo, não tinha hipotese!
Abraços

2:41 da manhã
Blogger Unknown said...

Acima está um Fuzileiro que não se identifica e chama cobardes a outros: BOA!
Minha cara MOURA do Castelo Velho! Assim foi, realmente. Disse tudo. Então, está tudo dito.
Beijos e abraços!
ROGÉRIO BARROSO

6:19 da manhã
Anonymous Anónimo said...

tenho a dizer-vos que antes de irem militares para Moçambique nao havia la guerra.a guerra foi feita para os grandes das forças armadas encheram os bolsos;todos fizeram fortuna enqunto os pobres soldados morriam.quando ja nao havia nada a explorar entregaram-noscomo se foce-mos ovelhas;nem ao menos negociaram osbens dos portuguesesque la estiveram mais de 50 anos e que vieram para Portugalsem um cemtimo.por favor basta de falar sobretudo os cobardes que falam nao importa o que

7:06 da tarde

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