sexta-feira, abril 29

Era assim...



«O BURACÃO» (do jornal «O Médico»)

(alguém foi entrevistado por um jornalista, que disse o seguinte:)

«- Há uma grande fraude que se está a passar nas farmácias.
- Ai sim? Ora conte lá isso...
- O senhor jornalista lembra-se de quando ia aviar remédios à farmácia e lhe cortavam um bocadinho da embalagem e a colavam na receita, que depois era enviada para o Ministério da Saúde, para reembolso às farmácias?
- Lembro, perfeitamente... Mas isso já não existe, não é verdade?
- É... Agora é tudo com código de barras. E é aí que está o problema... É aí que está a fraude. Deixe-me explicar: como o senhor sabe, há muita gente que não avia toda a receita. Ou porque não tem dinheiro, ou porque não quer tomar um dos medicamentos que o médico lhe prescreveu e não lhe diz para deixar de o receitar. Ora, em algumas farmácias - ao que parece, muitas - o que está a acontecer é que os medicamentos não aviados são na mesma processados como se o doente os tivesse levantado. É só passar o código de barras e já está. O Estado paga.
- Mas o doente não tem que assinar a receita em como levou os medicamentos? - Perguntei.
- Tem. Mas assina sempre, quer o levante, quer não. Ou então não tem comparticipação... Teria que ir ao médico pedir nova receita...
- Continue, continue - Convidei
- Esta trafulhice acontece, também, com as substituições. Como também saberá, os medicamentos que os médicos prescrevem são muitas vezes substituídos nas farmácias. Normalmente, com a desculpa de que "não há... Mas temos aqui um igualzinho, e ainda por cima mais barato". Pois bem: o doente assina a receita em como leva o medicamento prescrito, e sai porta fora com um equivalente, mais baratinho. Ora, como não é suposto substituírem-se medicamentos nas farmácias, pelo menos quando o médico tranca as receitas, o que acontece é que no processamento da venda, simula-se a saída do medicamento prescrito. É só passar o código de barras e já está. E o Estado paga pelo mais caro....
Como o leitor certamente compreenderá, não tomei de imediato a denúncia como boa. Até porque a coisa me parecia simples de mais. Diria mesmo, demasiado simples para que ninguém tivesse pensado nela. Ninguém do Estado, claro está, que no universo da vigarice há sempre gente atenta à mais precária das possibilidades. Telefonei a alguns farmacêuticos amigos a questionar...
- E isso é possível, assim, de forma tão simples, perguntei.
- É!.... Sem funfuns nem gaitinhas. É só passar o código de barras e já está, responderam-me do outro lado da linha.
- E ninguém confere? - Insisti.
- Mas conferir o quê? - Só se forem ter com o doente a confirmar se ele aviou toda a receita e que medicamentos lhe deram. De outro modo, não têm como descobrir a marosca. E ó Miguel, no estado a que as coisas chegaram, com muita malta à rasca por causa das descidas administrativas dos preços dos medicamentos... Não me admiraria nada se viessem a descobrir que a fraude era em grande escala...
E pronto... Aqui fica a denúncia, tal qual ma passaram...
Se for verdade... Acho que é desta que o Carmo e a Trindade caem mesmo!»

terça-feira, abril 19

Vamos insistindo...

segunda-feira, abril 18

Dignidade nacional


JOÃO CÉSAR DAS NEVES

DN2011-04-11

Nas próximas eleições existe um elemento fundamental em jogo: dignidade nacional. Se, como várias vozes alvitram, o partido de José Sócrates tiver um resultado digno, a nossa democracia sofrerá um rude golpe. Portugal será a chacota mundial. Não se trata de uma questão de votos, mas de elementar racionalidade. Aqueles dirigentes que presidiram seis anos, quatro dos quais em maioria, aos destinos nacionais, não podem ser poupados. Depois de longos tempos a negar a realidade, a manipular a imagem, a pintar quadros ilusórios em que cidadãos e mercados não acreditam, só ficarão impunes com descrédito para o sistema político. Nos últimos 32 meses, ou o Governo ignorava a realidade ou sabotou deliberadamente a situação nacional. Não há outra explicação. Se a charada da vitimização tiver êxito eleitoral, isso mostra não a qualidade do Governo mas a tolice dos eleitores. Com a chantagem da instabilidade, ficção da política de sucesso, desplante de negar o óbvio, Sócrates andou anos a dançar na borda do vulcão. Agora que o País caiu lá dentro, o PS não pode ser poupado. Como na Grécia e na Irlanda, Portugal precisa de que ele perca forte a 5 de Junho. Antigamente, algo evitava estas circunstâncias. Chamava-se vergonha. O responsável pela condução nacional ao colapso, mesmo considerando-se tecnicamente inocente, assumia politicamente a situação e afastava-se para dar lugar a outros. Mas esse pudor político anda muito arredado das praias nacionais, como andou no auge do Liberalismo oitocentista e na ruína da Primeira República. Mais que a incompetência e corrupção, era o descaramento dos responsáveis que então destruía a vida nacional. Foi essa a nossa experiência democrática até meados do século XX. Por isso, após 1974 tanto se temia o regresso da liberdade, que nunca rodara bem nestas paragens. Surpreendentemente, o regime funcionou. Funcionou mesmo muito satisfatoriamente. Nas três primeiras décadas após Abril, apesar de inevitáveis tropelias e abusos, presentes em todos os regimes, existiu honra, dignidade, elevação, acompanhada por alternância e desportivismo. É isso que tem resvalado ultimamente. As próximas eleições mostrarão se regressámos à antiga podridão ou se foram lapsos passageiros. Mas não há situações em que, após o desastre, a administração permanece? Sim, nos casos de Mugabe, Gbagbo e, até há pouco, Mubarak ou Kadhafi. É essa semelhança que nos condena. Quer isto dizer que o Partido Socialista tem de ser punido? Este PS sim! Aliás, o partido é uma das grandes vítimas da situação. A reeleição estrelar de José Sócrates, consagrada no XVII Congresso deste fim-de-semana, com votações à Mugabe, apenas manifesta isso de forma pungente. Quando acabar o delírio, será preciso salvar o partido deste longo pesadelo que se arrisca a afectá-lo gravemente. Além de arruinar o País, o consulado Sócrates, na única maioria absoluta socialista, danificará seriamente a sua área ideológica. Na ânsia de se salvar política e pessoalmente, o primeiro-ministro enterra aquilo mesmo que diz defender. Uma das declarações originantes na nossa democracia deu-se a 26 de Novembro de 1975. O vitorioso major Ernesto Melo Antunes disse na televisão, relativamente aos vencidos: "A participação do PCP na construção do socialismo é indispensável." Agora é bom lembrar que o Partido Socialista é também indispensável à democracia. Estes meses são dos piores da sua ilustre história. Mas o longo delírio socrático, que termina nesta louca corrida para o abismo num autismo aterrador, não pode servir para desequilibrar duradouramente a estrutura partidária nacional. Há que salvar o PS de si mesmo. No dia 5 de Junho, os portugueses votarão. Costuma louvar-se a sabedoria do povo. É fundamental que os eleitores, entre alternativas mornas e demagogia dura, compreendam a situação. A escolha hoje não é de políticas. Após 32 meses de negação, ilusões e derrapagem, quem for eleito terá grande parte da sua tarefa definida pelos nossos credores. O que está em causa é mesmo a dignidade nacional.

domingo, abril 17

Boletim de Voto


sábado, abril 16

Instituto da Democracia portuguesa (IDP)


No dia em que o Governo demissionário decidiu dirigir à Comissão Europeia um pedido de assistência financeira para atender ao “financiamento da República”, considera o Instituto da Democracia portuguesa (IDP) que chegou o momento para se encarar o médio prazo, para além do ruído de fundo com o curto prazo. O resgate é um dado adquirido não apenas porque a nossa situação financeira é grave como porque estamos em risco de sermos um elemento pernicioso para a estabilidade da zona euro. Embora as atenções dos portugueses estejam focadas, essa operação de resgate terá um prazo e um objectivo: evitar um desequilíbrio grave na zona euro. O facto de, neste processo ser Portugal o país a ser ajudado é instrumental. No fim de contas, prevalecerão os interesses globais da zona euro como um todo. Portugal experimenta há mais de trinta anos, uma perda de competitividade traduzida na lenta diminuição das suas taxas de crescimento. Apesar de todas as vultuosas transferências recebidas – fundos comunitários, remessas de emigrantes e investimento estrangeiro – a taxa de crescimento da economia portuguesa tem vindo a decair, sempre. Sucessivos governos e sucessivas políticas públicas centradas no “big is beautiful” esqueceram o apoio à produção de bens transaccionáveis com alta incorporação de mais valias e potencialidades de exportação. A crise actual e o nosso elevado endividamento externo são o corolário de políticas da III República que nunca manifestaram interesse em atacar os problemas de frente; antes preferiram iludi-los, por motivos de ganância pessoal e interesses mal informados. Ao cabo de mais de uma década de endividamento explosivo, temos de constatar que esgotámos um modelo de desenvolvimento económico; hoje é por demais manifesto que este modelo não tem qualquer virtualidade e a manutenção deste caminho apenas nos conduz a um desastre nacional. Neste quadro, a operação de resgate de que o pedido de que o pedido de assistência financeira é só o primeiro passo, permite colmatar um desequilíbrio e, sobretudo, evitar um desequilíbrio mais acentuado na zona euro. No entanto, falta criar condições de crescimento económico. Como o IDP já afirmou antes, o resgate é, sobretudo, uma operação de apoio ao euro, não directamente ao membro. Para saber o que se vai passar a seguir, temos de olhar para longe. Nos últimos 30 anos, Portugal é um dos países da Europa que mais rapidamente baixou a sua taxa de natalidade. Em 2009 era o 2º país de EU com a mais baixa taxa de fertilidade: 1.3. Em 2009 e 2010, o número de mortes superou os nascimentos. Há mais de uma década que se chama a atenção para o “Inverno” demográfico, aparentemente com escasso eco na sociedade civil e sem eco nos meios políticos. Ao contrário de outros países europeus, não existe uma política de apoio e promoção da natalidade. Em 2010 o ratio de pessoas activas/passivas foi de 1/1.5. A continuarem as tendências, em 2020 esse ratio será de 1/2 e, em 2030, terá passado para 1/2.5. Com um modelo económico esgotado, com taxas de crescimento progressivamente mais baixas, aumento do desemprego, envelhecimento da população e baixa fertilidade, aumentam os compromissos fixos e diminuem as receitas. Assim , vem o IDP denunciar que, mais do que a “armadilha da dívida”, onde as políticas de contenção e austeridade terão um efeito recessivo na economia, estamos confrontados com a diminuição do principal recurso nacional- a população – e não o queremos admitir. A nossa dívida externa bruta é hoje de +/- 230% do PIB e a líquida de quase 98%. As medidas de austeridade no quadro de um resgate permitem considerar que a nossa taxa de crescimento, nos próximos 10 anos, não deverá ser superior a 1.5% ao ano; ao mesmo tempo o serviço da dívida contraída está já próximo dos 5% do PIB. Neste cenário, as nossas capacidades de endividamento no médio e longo prazo, a 10/ 30 anos, estão seriamente limitadas quer pelo baixo potencial de crescimento da economia, quer pela limitada capacidade do seu principal activo, nós, os cidadãos. Nesse sentido, considera o IDP que a nossa capacidade para poder honrar, nos termos e nas condições que nos propusemos pagar, estará, fortemente limitada. Temos uma elevada probabilidade, a médio prazo, dentro de 4/5 anos, de estarmos a suportar uma política que não elimina a nossa dívida, e agrava as condições de podermos optimizar os nossos activos, para honrar a dívida e assegurar a sustentabilidade da economia e do país. No actual quadro do debate de ideias e por força da crise imediata em que nos encontramos, todas as atenções estão centradas nas formas de “quebrar” o círculo vicioso que nos conduziu a esta situação; no entanto, essa premência obscurece um elemento fundamental: como vamos pagar a “montanha de dívida “que acumulámos ao longo destes anos e como o vamos pagar sem nos arruinarmos. Considera o IDP que é necessário encarar com realismo a reestruturação da dívida nacional. Existem soluções estudadas para os problemas enumerados; sendo necessário tempo para as implementar, temos de partir para a reestruturação da dívida. Uma nação não é uma empresa; não pode ser desmembrada e os seus activos disponibilizados livremente; os credores da nação preferem receber uma percentagem de algo a receber a totalidade de nada e nunca “asfixiarão” o devedor ao ponto de este ficar impedido de cumprir as suas obrigações. A reestruturação de dívida soberana é um dos elementos que caracteriza a dívida; Portugal, enquanto nação autónoma, reestruturou seis vezes a dívida e, nos séc XX fizeram-no 21 países, entre os quais o Brasil. A reestruturação da dívida – nos próximos meses – é uma operação de responsabilidade do próximo Governo e implica a apresentação de um plano de como e quando iremos pagar as nossas obrigações. Porque é uma operação da responsabilidade de todos os portugueses, o IDP alerta que deve ser partilhada por todos. Democracia, crescimento e equidade só serão possíveis simultaneamente com um regime cujas soluções estejam à altura da nossa história e da nossa cultura. Lisboa, 6 de Abril de 2011 A Direcção do IDP Instituto da Democracia Portuguesa : http://www.democraciaportuguesa.org

quinta-feira, abril 14

Grécia, Portugal e Espanha

Gabao Jaime Transcrevo: """Sabem quantos países com governo socialista restam na União Europeia? Depois das eleições na Hungría e no Reino Unido só ficaram 3 países: Grécia, Portugal e Espanha. Que coincidência!!!!! Como disse Margaret Thatcher: "o socialismo dura até se acabar o dinheiro dos outros"."""

quarta-feira, abril 13

O DESVARIO DO MOMENTO POLITICO


O DESVARIO DO MOMENTO POLITICO

09/04/11

“Defende-te Alcaide!” (Alcaide de Faria, a seu filho, antes De ser trespassado pelas lanças Castelhanas)


O desvario que grassa na classe política portuguesa no momento político actual, é bem ilustrado pelas declarações do Sr. Ministro das Finanças (MF), no dia de hoje (9/4), em Buda – este. Disse ele que o governo não tem que discutir e tentar obter consensos partidários para garantir o pedido de empréstimo que agora fez, ainda não se sabe exactamente a quem e em que termos (foi à Comissão Europeia, ao Banco Central Europeu, ao FMI, a mais que um, a todos?). Disse, ainda, o ministro: que a Comissão Europeia é que teria que negociar com os partidos portugueses (não especificando se um a um, se à molhada), esse compromisso partidário! O Dr. Teixeira dos Santos ou teve uma branca, ou um “lapsus lingue”, ou está nitidamente cansado física e psicologicamente – como aparenta – e necessita urgentemente de descanso e de alguma piedade politica (coisa que, aliás, não existe). Infelizmente isto é o que pode acontecer a pessoas tidas como honestas e competentes, que dão em colaborar com malabarismos e malabaristas políticos. Ficam presos a uma cacofonia discursiva prisioneira do seu labirinto e a lealdades espúrias e mal escolhidas. Há muito que o MF deve estar arrependido do buraco onde se meteu e se deixou meter mas, agora, só o tempo o irá libertar. Depois de mais de 30 anos a viver-se à tripa forra, gastando o que não se tinha, vivendo acima das possibilidades e da riqueza que produzíamos; engalanados em “direitos”universais e irreversíveis, num desbragamento e inconsciência que não lembraria a uma colónia de cigarras; cerrando os olhos e os ouvidos a qualquer conceito de prudência, de trabalho e de poupança, desregrando Princípios e fugindo aos deveres, toda a classe político/partidária e os órgãos de soberania dedicaram-se, quase em exclusividade, à luta político – demagógica de captar votos e simpatias, para se manterem ou alcançarem o poder. Mentiram e ocultaram, descaradamente, todos, sobre todas as dificuldades, desafios, consequências de decisões, etc., incluindo a realidade económico/financeira do pais, embrenharam-se de tal modo nisto que se esqueceram de governar… As poucas vozes piedosas que alertaram para a real situação, foram poucas e, de um modo geral, suaves e pouco firmes. A comunicação social foi na onda e as denúncias de escândalos (e já se perderam a conta), não colheram quaisquer consequências. O que representa a prova provada de que a Liberdade de informação, só por si, serve para muito pouco… Com o deflagrar da crise internacional, sobretudo a partir de 2008, a fuga para a frente, a auto - desculpabilização e a tentativas de responsabilizar só os outros e a falta de autoridade/vontade/capacidade para ter acções políticas corajosas e de fundo, levaram à situação actual. O percurso é conhecido e pode facilmente ser adaptado a guião de um filme de terror. Ora estes políticos, de agora em diante designados por papagaios, depois de, pelo seu baixo e incompetente comportamento terem humilhado a Nação, desqualificado o Estado e de nos porem a todos nós, ajoelhados de mão estendida a mendigar uma esmola, que ninguém sabe quando, como, e se vai conseguir pagar, ainda têm o desplante e a impudendícia, de não se quererem entender para ao menos falarem a uma voz perante o estrangeiro credor! E, para além deste comportamento lamentável, ainda se empurram mutuamente para ver quem vai fazer o quê, com quem! Como é que perante tudo isto, uma alma de Cristo, não peca por pensamentos, palavras e obras? Quem pode respeitar tal gente? O Parlamento fechou mas isso não é impeditivo das direcções dos partidos se encontrarem; o PR (que aparentemente desapareceu), sempre vai dizendo que não tem poderes, não tem poderes? Olhe desenrasque-se e faça algo em fez de se limitar a frases pias “o momento é muito difícil”, “temos que deixar as querelas”, “temos que nos unir”, que não resultam em nada e já ninguém as ouve, isto é, ouviram em Bruxelas e logo uns diligentes funcionários vieram dizer, pouco diplomaticamente, que estavam fartos de nos aturar…O senhor não sentiu vergonha? Já não lhe tinha chegado o remoque do presidente Checo? O PR diz que os partidos têm que se enten0000000015345498 0000000015345498 der, os partidos replicam que o PR tem que intervir (embora não explicitem como), etc, e agora vem o Dr. Teixeira dos Santos com a tirada – que ficará na história da inépcia política – defendendo que a Comissão Europeia é que se tem que entender com os partidos da oposição?! Apesar do desvario e do ridículo a frase (apesar de ter sido corrigida pelo Primeiro Ministro), requer mais um comentário, pela simples razão de que é muito perigosa. É perigosa porque subentende existir na cabeça do MF (e não será só ele), além de um revanchismo primário – a oposição é que criou este imbróglio, agora entendam-se – e de querer “lançar a toalha ao ringue”, uma displicência total na alienação da soberania. Isto é, ele assume – e pelos vistos defende – que os órgãos representantes do Estado, ainda eleitos pelo povo português, não são competentes para se entenderem nos compromissos políticos a adoptar (a começar no governo, e isso não tem nada com o facto de estar limitado nas actuais funções), e que tal deve ser feito directamente entre a UE – que continua a ser um actor político, juridicamente indefinido – e uns actores políticos diferenciados em partidos, que exercem a sua actividade cá no burgo! E tenho sérios motivos para pensar que estas tiradas não são delírios políticos, mas uma vontade consciente ou não, de fazer diluir o nosso país numa entidade internacional qualquer. E quando mais depressa melhor… Sem modéstia, sem diplomacia e sem receio, gostaria de dizer que a situação é muito mais grave e perigosa do que o mais avisado português possa supor; que é bonito e esperançoso dizer que Portugal já passou por muitas crises graves e também há-de superar esta – mas pode não ser verdade e terá seguramente consequências terríveis e algumas irreversibilidades – e que, finalmente, não temos à vista desarmada, nenhum alcaide de Faria que dê o alerta, mesmo correndo o perigo de ser morto, e um seu filho que se queira defender.

João José Brandão Ferreira

TCorpilav(REf.)

segunda-feira, abril 11

Medina Carreira


Medina Carreira

Bom, dado o que está em causa é tão só o futuro dos nossos filhos e a própria sobrevivência da democracia em Portugal, não me parece exagerado perder algum tempo a desmontar a máquina de propaganda dos bandidos que se apoderaram do nosso país. Já sei que alguns de vós estão fartos de ouvir falar disto e não querem saber, que sou deprimente, etc, mas é importante perceberem que o que nos vai acontecer é, sobretudo, nossa responsabilidade porque não quisemos saber durante demasiado tempo e agora estamos com um pé dentro do abismo e já não há possibilidade de escapar. Estou convencido que aquilo a que assistimos nos últimos dias é uma verdadeira operação militar e um crime contra a pátria (mais um). Como sabem há muito que ando nos mercados (quantos dos analistas que dizem disparates nas TVs alguma vez estiveram nos ditos mercados?) e acompanho com especial preocupação (o meu Pai diria obsessão) a situação portuguesa há vários anos. Algumas verdades inconvenientes não batem certo com a "narrativa" socialista há muito preparada e agora posta em marcha pela comunicação social como uma verdadeira operação de PsyOps, montada pelo círculo íntimo do bandido e executada pelos jornalistas e comentadores "amigos" e dependentes das prebendas do poder (quase todos infelizmente, dado o estado do "jornalismo" que temos). Ora acredito que o plano de operações desta gente não deve andar muito longe disto: Narrativa: Se Portugal aprovasse o PECIV não haveria nenhum resgate. Verdade: Portugal já está ligado à máquina há mais de 1 ano (O BCE todos os dias salva a banca nacional de ter que fechar as portas dando-lhe liquidez e compra obrigações Portuguesas que mais ninguém quer - senão já teriamos taxas de juro nos 20% ou mais). Ora esta situação não se podia continuar a arrastar, como é óbvio. Portugal tem que fazer o rollover de muitos milhares de milhões em dívida já daqui a umas semanas só para poder pagar salários! Sócrates sabe perfeitamente que isso é impossível e que estávamos no fim da corda. O resto é calculismo político e teatro. Como sempre fez. Narrativa: Sócrates estava a defender Portugal e com ele não entrava cá o FMI. Verdade: Portugal é que tem de se defender deste criminoso louco que levou o país para a ruína (há muito antecipada como todos sabem). A diabolização do FMI é mais uma táctica dos spin doctors de Sócrates. O FMI fará sempre parte de qualquer resgate, seja o do mecanismo do EFSF (que é o que está em vigor e foi usado pela Irlanda e pela Grécia), seja o do ESM (que está ainda em discussão entre os 27 e não se sabe quando, nem se, nem como irá ser aprovado). Narrativa: Estava tudo a correr tão bem e Portugal estava fora de perigo mas vieram estes "irresponsáveis" estragar tudo. Verdade: Perguntem aos contabilistas do BCE e da Comissão que cá estiveram a ver as contas quanto é que é o real buraco nas contas do Estado e vão cair para o lado (a seu tempo isto tudo se saberá). Alguém sinceramente fica surpreendido por descobrir que as finanças públicas estão todas marteladas e que os papéis que os socráticos enviam para Bruxelas para mostrar que são bons alunos não têm credibilidade nenhuma? E acham que lá em Bruxelas são todos parvos e não começam a desconfiar de tanto óasis em Portugal? Recordo que uma das razões pela qual a Grécia não contou com muita solidariedade alemã foi por ter martelado as contas sistematicamente, minando toda a confiança. Acham que a Goldman Sachs só fez swaps contabilísticos com Atenas? E todos sabemos que o engº relativo é um tipo rigoroso, estudioso e duma ética e honestidade à prova de bala, certo? Narrativa: Os mercados castigaram Portugal devido à crise política desencadeada pela oposição. Agora, com muita pena do incansável patriota Sócrates, vem aí o resgate que seria desnecessário. Verdade: É óbvio que os mercados não gostaram de ver o PEC chumbado (e que não tinha que ser votado, muito menos agora, mas isso leva-nos a outro ponto), mas o que eles querem saber é se a oposição vai ou não cumprir as metas acordadas à socapa por Sócrates em Bruxelas (deliberadamente feito como se fosse uma operação secreta porque esse aspecto era peça essencial da sua encenação). E já todos cá dentro e lá fora sabem que o PSD e CDS vão viabilizar as medidas de austeridade e muito mais. É impressionante como a máquina do governo conseguiu passar a mensagem lá para fora que a oposição não aceitava mais austeridade. Essa desinformação deliberada é que prejudica o país lá fora porque cria inquietação artificial sobre as metas da austeridade. Mesmo assim os mercados não tiveram nenhuma reacção intempestiva porque o que os preocupa é apenas as metas. Mais nada. O resto é folclore para consumo interno. E, tal como a queda do governo e o resgate iminente não foram surpresa para mim, também não o foram para os mercados, que já contavam com isto há muito (basta ver um gráfico dos CDS sobre Portugal nos últimos 2 anos, e especialmente nos últimos meses). Porque é que os media não dizem que a bolsa lisboeta subiu mais de 1% no dia a seguir à queda? Simples, porque não convém para a narrativa que querem vender ao nosso povo facilmente manipulável (julgam eles depois de 6 anos a fazê-lo impunemente). Bom, há sempre mais pontos da narrativa para desmascarar mas não sei se isto é útil para alguém ou se é já óbvio para todos. E como é 6ª feira e estou a ficar irritado só a escrever sobre este assunto termino por aqui. Se quiserem que eu vá escrevendo mais digam, porque isto dá muito trabalho. Henrique Medina Carreira.

Dignidade nacional


Dignidade nacional

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN2011-04-11

Nas próximas eleições existe um elemento fundamental em jogo: dignidade nacional. Se, como várias vozes alvitram, o partido de José Sócrates tiver um resultado digno, a nossa democracia sofrerá um rude golpe. Portugal será a chacota mundial. Não se trata de uma questão de votos, mas de elementar racionalidade. Aqueles dirigentes que presidiram seis anos, quatro dos quais em maioria, aos destinos nacionais, não podem ser poupados. Depois de longos tempos a negar a realidade, a manipular a imagem, a pintar quadros ilusórios em que cidadãos e mercados não acreditam, só ficarão impunes com descrédito para o sistema político. Nos últimos 32 meses, ou o Governo ignorava a realidade ou sabotou deliberadamente a situação nacional. Não há outra explicação. Se a charada da vitimização tiver êxito eleitoral, isso mostra não a qualidade do Governo mas a tolice dos eleitores. Com a chantagem da instabilidade, ficção da política de sucesso, desplante de negar o óbvio, Sócrates andou anos a dançar na borda do vulcão. Agora que o País caiu lá dentro, o PS não pode ser poupado. Como na Grécia e na Irlanda, Portugal precisa de que ele perca forte a 5 de Junho. Antigamente, algo evitava estas circunstâncias. Chamava-se vergonha. O responsável pela condução nacional ao colapso, mesmo considerando-se tecnicamente inocente, assumia politicamente a situação e afastava-se para dar lugar a outros. Mas esse pudor político anda muito arredado das praias nacionais, como andou no auge do Liberalismo oitocentista e na ruína da Primeira República. Mais que a incompetência e corrupção, era o descaramento dos responsáveis que então destruía a vida nacional. Foi essa a nossa experiência democrática até meados do século XX. Por isso, após 1974 tanto se temia o regresso da liberdade, que nunca rodara bem nestas paragens. Surpreendentemente, o regime funcionou. Funcionou mesmo muito satisfatoriamente. Nas três primeiras décadas após Abril, apesar de inevitáveis tropelias e abusos, presentes em todos os regimes, existiu honra, dignidade, elevação, acompanhada por alternância e desportivismo. É isso que tem resvalado ultimamente. As próximas eleições mostrarão se regressámos à antiga podridão ou se foram lapsos passageiros. Mas não há situações em que, após o desastre, a administração permanece? Sim, nos casos de Mugabe, Gbagbo e, até há pouco, Mubarak

domingo, abril 10

Queremos...


ÓBVIAMENTE, DEMITO-ME

Onde isto chegou… Nesta coisa a que alguns insistem em chamar país, nesta coisa onde nasci, cresci, contribui e defendi, nesta coisa com a qual já não me identifico, só posso fazer uma coisa:- DEMITO-ME! Como foi possível tão poucos terem roubado tanto? Agora chegou a “falência”! Mas os “vários gerentes” desta coisa não serão responsabilizados como seria qualquer gerente de uma qualquer empresa privada…. Nesta coisa onde a justiça é feita pelos políticos, onde a saúde só existe para os ricos, onde a educação não serve para educar mas tão somente para mandar números para a Europa, onde foi retirada a força às autoridades, onde as obras públicas derrapam sempre para o dobro ou o triplo e ninguém sabe para onde vai o dinheiro, onde um PM mente descaradamente e nada acontece, onde a corrupção está ao nível dos países mais atrasados de África, onde se acabou com uma frota pesqueira, onde há milhões de hectares de boa terra abandonados, onde o critério de escolha para qualquer lugar de confiança política é o compadrio e não o valor, onde se insiste em obras megalómanas que nada trazem de mais valia para esta coisa, onde os tribunais prendem as vítimas e soltam os criminosos, onde se quer reduzir as miseráveis pensões de reforma de uma população que trabalhou de sol a sol, e que se paga a farmácia, não se alimenta ou vice-versa….a isto não se pode chamar país! Isto é uma coisa… E eu não me revejo nesta coisa! Por isso DEMITO-ME! “DEMITO-ME não dos meus deveres, mas dos meus direitos!” Irei aguardar por um qualquer 26 de Abril para então pedir a reintegração! Um dos milhões de desiludidos!