domingo, maio 14

Breve História de Angola

Angola era povoada pelo menos desde o século V a.C., embora existam achados arqueológicos de ocupações muito anteriores.
Os portugueses, sob o comando de Diogo Cão, no reinado de D. João II, chegam ao Zaire em 1484. É a partir daqui que se iniciará a conquista pelos portugueses desta região de África, incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com o reino do Congo, que dominava toda a região. A sul deste reino existiam dois outros, o de Ndongo e o de Matamba, os quais não tardam a fundir-se, para dar origem ao reino de Angola (c. 1559).
Explorando as rivalidades e conflitos entre estes reinos, na segunda metade do século XVI os portugueses instalam-se na região de Angola. O primeiro governador de Angola, Paulo Dias de Novais, procura delimitar este vasto território e explorar os seus recursos naturais, em particular os escravos. A penetração para o interior é muito limitada. Em 1576 fundam São Paulo de Luanda, a actual cidade de Luanda. Angola transforma-se rapidamente no principal mercado abastecedor de escravos das plantações da cana do açúcar do Brasil.
Durante a ocupação filipina de Portugal (1580-1640), os holandeses procuram desapossar os portugueses desta região, ocupando grande parte do litoral (Benguela, Santo António do Zaire as barras do Bengo e do Cuanza). Em 1648 os portugueses expulsam os holandeses, para contentamento dos colonos do Brasil.
Até finais do século XVIII, Angola funciona como um reservatório de escravos para as plantações e minas do Brasil. A ocupação dos portugueses confina-se às fortalezas da costa.
A colonização efectiva do interior só se inicia no século XIX, após a Independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de escravos (1836-42), mas não da escravatura. Esta ocupação trata-se de uma resposta às pretensões de outras potências européias, como a Inglaterra, a Alemanha e a França, que reclamavam na altura o seu quinhão em África. Diversos tratados são firmados estabelecendo os territórios que a cada uma cabem, de acordo com o seu poder e habilidade negocial.
Uma boa parte destes colonos são presos deportados de Portugal, como o célebre José do Telhado. Paralelamente são feitas diversas viagens com objectivos políticos, científicos e esclavagistas para o interior do território angolano, tais como: José Rodrigues Graça (1843-1848)-Malanje e Bié; José Brochado-Humbo, Mulando, Cuanhama; Silva Porto-Bié; Devido à ausência de vias de comunicação terrestes, as campanhas de ocupação do interior são feitas através dos cursos fluviais: Bacia do Cuango (1862), Bacia do Cuanza (1895, 1905, 1908); Bacia do Cubango (1886-1889, 1902, 1906); Bacia do Cunene (1906-1907); Bacia do Alto Zambeze (1895-1896); Entre Zeusa e Dande (1872-1907), etc.
As fronteiras de Angola só são definidas em finais do século XIX, sendo a sua extensão muitíssimo maior do que a do território dos Ambundos, a cuja língua o território de Angola anda associado.
1900-1960
A colonização de Angola, após a implantação de um regime repúblicano em Portugal (1910), entra numa nova fase. Os republicanos haviam criticado duramente os governos monárquicos por terem abandonado as colónias. O aspecto mais relevante da sua acção circunscreveu-se à criação de escolas. No plano económico, inicia-se a exploração intensiva de diamantes. A Diamang (Companhia dos Diamantes de Angola) é fundada em 1921, embora opera-se desde 1916 na região de Luanda.
O desenvolvimento económico só se inicia de forma sistemática, em finais dos anos trinta, quando se incrementa a produção de café, sisal, cana do açúcar, milho e outros produtos. Tratam-se de produtos destinados à exportação.
1961-1974
Ver artigo principal: Guerra Colonial.
No princípio dos anos 60, três movimentos de libertação (UPA/FNLA, MPLA e UNITA) desencadeiam uma luta armada contra o colonialismo português.
O governo de Portugal (uma ditadura desde 1926), recusa-se a dialogar e prossegue na defesa até ao limite do último grande império colonial europeu. Para África são mobilizados centenas de milhares de soldados. Enquanto durou o conflito armado, Portugal procurando consolidar a sua presença em Angola, promovendo a realização de importantes obras públicas. A produção industrial e agrícola conhece neste território um desenvolvimento impressionante. A exploração do petróleo de Cabinda inicia-se em 1968, representando em 1973 cerca de 30% das receitas das exportações desta colónia. Entre 1960 e 1973 a taxa de crescimento do PIB (produto Interno Bruto) de Angola foi de 7% ao ano.
Independência e Guerra Civil
Na sequência do derrube da ditadura em Portugal (25 de abril de 1974), abrem-se perspectiva imediatas para a independência de Angola. O Governo português negocia com os três principais movimentos de libertação (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola) o período de transição e o processo de implantação de um regime democrático em Angola (Acordos de Alvor, Janeiro de 1975).
A independência de Angola não foi o início da paz, mas o início de uma nova guerra aberta. Muito antes do dia da Independência, a 11 de Novembro de 1975, já os três três grupos nacionalistas que tinham combatido o colonialismo português lutavam entre si pelo controle do país, e em particular da capital, Luanda. Cada um deles era na altura apoiado por potências estrangeiras, dando ao conflito uma dimensão internacional.
Em Dezembro de 1998, Angola retorna ao estado de guerra aberta, que só parou em 2002, com a morte de Jonas Savimbi (líder da Unita).

4 Comments:

Blogger Lilis said...

Obrigado por este momento de história :) e boa musiketa :)
Bjus

11:04 da tarde
Blogger poca said...

alguém perguntou aos nativos se queriam a evolução que todos pareciam tentar impingir?
quem nos dá o direito de chegar a um país e espetar uma bandeira dizendo... é meu! com tudo o que isto implica...
guerras, mortes, e o fim da vida natural!
(desculpa... cheguei agora do cinema... e queria mesmo... "um novo mundo")

12:28 da manhã
Anonymous Anónimo said...

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Anonymous Anónimo said...

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