quarta-feira, fevereiro 10

Mário Crespo - O Palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco.
E diz que não fez nada.
O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas.
O palhaço é absoluto.
O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços.
O palhaço coloca notícias nos jornais.
O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço.
O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa.
O palhaço não tem vergonha.
O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos.
O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas.
O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também.
O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem.
O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre.
E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro.
A fazerem figura de palhaços pobres.
O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer.
Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha.
O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político.
Este é o país do palhaço.
Nós é que estamos a mais.
E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar.
A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço.

segunda-feira, fevereiro 8

Faro, que segurança ?

Volto a confessar que a vontade de escrever alguma coisa no “Faro este”, tem sido pouca!
Porquê?
Não sei, mas é certamente em parte porque vai faltando a paciência por ver algum tipo de comentários que aqui são feitos!
Claro que se quisesse bloqueava os comentários! Mas como discordo que um blog funcione assim, continua tudo como até aqui, eventualmente com menos “posts”!
E quando houver matéria e vontade aqui estarei!
É agora o caso!
Há dias, pela via profissional conheci um agente da autoridade colocado em Faro!
Conversa puxa conversa e vem à baila a segurança da população de Faro e do concelho!
E aí, fiquei a saber, que coisa que não existe é segurança da população do concelho de Faro e da cidade!
Vamos começar pelo concelho, excluindo as freguesias da Sé e S. Pedro!
Nestas freguesias a segurança é feita pela GNR Territorial!
Pois fiquem a saber que à noite, para todas as freguesias do concelho com excepção das já indicadas, há 1 (uma) patrulha para fazer a segurança e tomar conta ,por exemplo de acidentes....
Quer dizer que se houver um toque no Patacão, essa patrulha vai tratar da ocorrência e não há mais nenhuma para todas as outras freguesias do concelho que não as da cidade!
Portanto, meus amigos Farenses mas não de Faro, se estiverem a ser assaltados, a probabilidade da GNR vos acorrer em tempo útil é quase tão difícil como acertar no Euro milhões!
Porque não questionam os Presidentes das Juntas de Freguesia sobre esta matéria?
É que em boa verdade, segurança é coisa que não existe no concelho!
Mas os Farenses de Faro não pensem que na cidade a coisa está melhor!
É verdade que já lá vai o tempo em que as patrulhas da PSP só podiam fazer 50 Lms, com a viatura....
Mas, uma vez que 90 agentes que faziam todo o normal trabalho da PSP se transferiram para o Corpo de Intervenção, e não chegaram a Faro novos agentes, não há pessoal para fazer o normal policiamento da cidade!
Durante o dia, e se excluirmos a “Escola Segura”, o reboque e uma patrulha de bicicleta, há mais quatro, incluindo o “Trânsito”!
Mas à noite há só duas! Convenhamos que é muito pouco para esta cidade!
As duas que há deslocam-se em viaturas e daí que tenhamos deixado de ver aquelas patrulhas a pé que durante tantos anos patrulhavam a cidade!
Portanto, à noite temos 4 agentes e 2 viaturas para nos defenderem de qualquer coisa!
Nos dias de maior movimento nas zonas dos bares a C.I. anda por lá a mostrar-se!
Mas esta polícia só actua em situações especiais, isto é, se telefonarem para a PSP a dizer que estão a ser assaltados, mesmo que haja elementos da CI no quartel, não saiem para estas missões!
Portanto, a cidade de Faro, está entregue a si própria e numa altura em que a criminalidade “barata” está a aumentar assustadoramente!
Certamente que o Governo Civil e a Câmara de Faro estão a par da situação!
Assim o que se pode desejar é que estas duas entidades pressionem quem de direito para
repor em faro o número de agentes necessários para que nos possamos sentir minimamente em segurança!
Vão sair brevemente, ou já saíram da Escola de Polícia de Torres Novas, mais mil novos agentes! Acontece que Lisboa absorve 600 e os outros 400 irão para o Porto, Setúbal, Coimbra, Braga, Viseu...e não sei se chegará alguma a Faro!
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